Influencer fez curso de fenol após morte de paciente, diz farmacêutica

A farmacêutica e bioquímica Daniele Stuart, do Paraná, afirmou que o curso de peeling de fenol ministrado à influencer Natalia Fabiana de Freitas Antonio, conhecida como Natalia Becker, foi concluído apenas no sábado (8/6) — cinco dias após a morte do empresário Henrique da Silva Chagas, de 27 anos, que se submeteu ao procedimento na clínica de Natália, na zona sul de São Paulo. A declaração de Daniele Stuart acrescenta um novo capítulo à investigação do caso.

Natalia Becker havia informado à polícia que realizou o curso on-line em junho do ano passado e começou a fazer as aplicações em dezembro. Em resposta à declaração da farmacêutica, Natalia afirmou que apenas a emissão do certificado ocorreu recentemente. Ambas apresentaram documentos para corroborar suas versões.

Segundo a defesa de Daniele Stuart, o curso on-line oferecido é conceitual e “não especializante”, com duração de seis horas. Daniele também acusou Natalia de cometer falhas graves no procedimento, incluindo a aplicação de fenol em uma pele que não estava “íntegra”. A polícia do Paraná deve ouvir Daniele Stuart nos próximos dias a pedido da Polícia Civil de São Paulo.

O peeling de fenol é um tratamento invasivo que só deve ser realizado em centro cirúrgico e por profissionais com formação médica, devido à sua natureza agressiva, que envolve a corrosão das camadas da pele para rejuvenescimento. O procedimento pode provocar arritmias cardíacas, exigindo monitoramento constante do coração do paciente durante a aplicação.

Natalia Becker se apresentou à polícia dois dias após a morte de Henrique Chagas, foi indiciada por homicídio com dolo eventual, e prestou depoimento por cerca de duas horas. Sua advogada, Tatiane Forte, justificou a demora na apresentação à polícia alegando que Natalia estava abalada e teve uma crise de ansiedade.

Investigações revelaram que Natalia Becker não possuía formação médica ou em estética, tendo concluído apenas o Ensino Médio. A clínica onde o procedimento foi realizado não possuía os equipamentos adequados e não foram realizados exames preparatórios para verificar o funcionamento cardíaco de Henrique, apenas a aplicação de cremes no rosto foi feita previamente.

A Polícia Civil de São Paulo continua investigando o caso, apurando as diferentes versões e as responsabilidades envolvidas na morte trágica do empresário Henrique da Silva Chagas.

Com informações do portal Metrópoles

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