Como as redes sociais estão estimulando a leitura na China

Você lembra quem foi que te indicou o último livro que você leu? Um amigo? Alguém da família? Um professor? Ou você teve influência de algum fórum na internet?

Se você não se enquadrou em nenhuma das respostas acima, provavelmente estamos diante de um integrante da Geração Z – ou um usuário assíduo do TikTok. Sim, a rede social chinesa se tornou, já há alguns anos, uma fonte respeitável de recomendações literárias.

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É claro que nem todo usuário do TikTok é um leitor assíduo. Os leitores que usam a plataforma, porém, podem aproveitar uma série de perfis na rede que se dedicam às obras – seja dando dicas, fornecendo resenhas ou até fomentando debates acerca das histórias.

Nós, do Olhar Digital, já falamos sobre esse assunto. Trata-se de uma tendência que recebeu o apelido de BookTok – uma mistura da palavra livro em Inglês com o app da ByteDance.

O fenômeno se repete agora na China e ganhou proporções ainda maiores – graças a dois aplicativos.

tiktok
Nem só de dancinhas vive o TikTok: app vem se tornando um grande promotor de livros – Imagem: Luiza Kamalova/Shutterstock

A “leitura social” na China

  • Alguns especialistas estão chamando esse movimento de “social reading” – que seria algo como leitura social, ao pé da letra.
  • Além do BookTok, também existiriam o BookTube e o Bookstagram.
  • Na China, porém, os aplicativos são um pouco diferentes.
  • Lá eles gostam de trabalhar com “super apps”: plataformas que oferecem uma série de serviços combinados.
  • O Douyin, a versão chinesa do TikTok, é um deles.
  • O app conta com 900 milhões de usuários ativos e é muito mais efetivo que a sua contraparte ocidental.
  • Isso por que o Douyin integra vendas online diretamente em sua plataforma.
  • As discussões sobre livros no Douyin compartilham semelhanças com o BookTok, com formatos de vídeo curtos e comunidades entusiasmadas.
  • Mas eles vão muito além, incorporando essa capacidade de comprar livros online.
  • No Douyin, vídeos populares relacionados a livros não geram apenas interesse: eles incluem links para os espectadores comprarem livros instantaneamente.
  • Leva apenas alguns cliques para adicionar livros aos carrinhos dos usuários.
  • E os criadores de conteúdo online podem ganhar uma comissão no processo.
  • Outro gigante que vem mudando os hábitos de leitura dos chineses é o WeChat, o app mais popular do país, com mais de 1,3 bilhão de contas ativas.
  • Para vocês terem ideia do tamanho do impacto, em 2023, plataformas de vídeos curtos ocuparam 26,6% de fatia do mercado de livros.
  • Livrarias físicas, por sua vez, representaram apenas 12% .
WeChat
O WeChat é uma espécie de WhatsApp da China, um mensageiro que alcança bilhões de pessoas no país – Imagem: shutterstock/Primakov

Alguns exemplos de BookTok

Uma das autoras que mais surfaram nessa onda da “leitura social” foi a americana Colleen Hoover, do best-seller É assim que acaba (que virou filme recentemente).

Para o público brasileiro, o exemplo mais famoso desse fenômeno foi o sucesso repentino de Memórias Póstumas de Brás Cubas nos Estados Unidos.

O clássico de Machado de Assis virou um fenômeno pop depois de ser considerado “o melhor livro de todos os tempos” pela influenciadora literária Courtney Henning Novak.

Os vídeos dela viralizaram e causaram uma grande procura pela obra – que, inclusive, entrou na lista de mais vendidos da Amazon.

Sim, o livro é tudo isso mesmo! E que bom que o TikTok esteja despertando o gosto pela leitura nas pessoas.

As informações são do TechXplore.

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