Novo cimento comestível e resistente pode revolucionar a engenharia

Pesquisadores da Universidade de Tóquio desenvolveram uma forma de transformar restos de comida em uma espécie de cimento biodegradável. A ideia é utilizar o produto na construção civil e em objetos de decoração, como vasos e pratos.

Além de desafogar os aterros sanitários e ajudar o meio ambiente, a nova técnica também permite que o material seja ingerido, evitando o desperdício. Isso porque ele é considerado comestível se for partido e fervido.

Matérias-primas utilizadas são de origem 100% natural

  • De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de um bilhão de refeições vão parar no lixo diariamente em todo o planeta.
  • Isso significa que 132 quilos de comida são jogados fora por pessoa a cada ano.
  • Enquanto isso, mais de 780 milhões de pessoas passam fome.
  • Para tentar minimizar este grave problema, professores japoneses Kota Machida e Yuya Sakai fundaram a startup Fabula, que atua com o objetivo de evitar o desperdício de alimentos.
  • Foi a partir deste projeto que eles conseguiram desenvolver o cimento sustentável e comestível.
  • Eles explicam que as matérias-primas utilizadas são de origem 100% natural e originalmente consideradas alimentos.
  • O próximo passo é estudar a criação de materiais que também tenham a possibilidade de misturar temperos, deixando o cimento mais saboroso.
Pratos feitos com o cimento sustentável e comestível (Imagem: reprodução/Fabula)

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Cimento apresenta resistência superior

Os responsáveis pela criação do produto afirmam que a produção do cimento é feita de forma bem simples. Os resíduos secos de alimentos são triturados e transformados em pó. Em seguida, são encaminhados a uma prensa quente e colocados em moldes variados.

Ao mudar o método de secagem ou pulverização e a temperatura durante a prensagem quente, podem ser obtidas uma variedade de cores, texturas e aromas. Também é possível misturar diferentes restos de comida.

Material é mais resistente do que o cimento tradicional (Imagem: reprodução/Fabula)

Outras empresas já haviam feito experimentos parecidos no passado. No entanto, esbarraram na necessidade de um componente plástico na mistura para dar liga ao material. Na Fabula, isto acontece apenas com um ajuste de pressão.

Os restos de alimentos testados com sucesso para a produção até o momento foram borra de café, cascas de banana e laranja e repolho chinês. Eles apresentaram uma resistência até quatro vezes mais maior do que o concreto tradicional. Uma placa fina de apenas 5 mm pode suportar um peso de 30 kg e tem potencial para se tornar um excelente material de construção no futuro, dizem os pesquisadores.

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