Recorde: transplantada com rim de porco está bem após 2 meses

A mulher que recebeu um rim geneticamente modificado nos Estados Unidos se tornou a receptora de um órgão de porco com maior longevidade até aqui: já se passaram dois meses da cirurgia e Towana Looney se sente uma “supermulher”.

Em conversa com a reportagem da Associated Press, a moradora do Alabama disse ter ganhado uma “nova visão da vida” durante a sua recuperação. Looney é a quinta americana a receber um órgão de porco geneticamente editado.

“Se você a visse na rua, não teria ideia de que ela é a única pessoa no mundo andando por aí com um órgão de porco dentro dela que está funcionando”, disse o Dr. Robert Montgomery da NYU Langone Health, que liderou o xenotransplante, como é conhecida a cirurgia.

equipe médica trabalha em transplante
Cirurgia realizada em Nova York durou 7 horas (Imagem: Joe Carrotta / NYU LangoneHealth)

Os médicos têm feito exames de forma periódica para acompanhar a evolução do transplante e, até agora, a função renal da paciente é considerada “absolutamente normal”. A expectativa é que ela possa retornar para casa daqui a um mês.

“A verdade é que não sabemos realmente quais são os próximos obstáculos porque esta é a primeira vez que chegamos até aqui”, disse Montgomery à AP. “Teremos que continuar a vigiá-la de perto.”

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O transplante de rim de porco geneticamente modificado

Como relatado aqui no Olhar Digital, a paciente de 53 anos desenvolveu insuficiência renal após passar por complicações de uma gravidez. Ela já tinha doado um rim para a própria mãe em 1999. Foram oito anos à espera de um órgão compatível, mas as características da condição aumentavam a chance de rejeição ao transplante.

rim de porco
Rim de porco passou por 10 modificações genéticas (Imagem: Joe Carrotta / NYU LangoneHealth)

A equipe médica decidiu, então, submetê-la a um experimento com um rim de porco com 10 modificações genéticas, algo inédito à época. A cirurgia foi realizada no centro médico NYU Langone Health, em Nova York.

O rim passou pela remoção de três antígenos imunogênicos e um receptor de hormônio de crescimento suíno. Ao mesmo tempo, foram adicionados seis transgenes humanos para tornar o rim compatível com a paciente, reduzindo a probabilidade de rejeição.

A recuperação de Looney aumenta a esperança de tornar os transplantes de animais para humanos uma realidade. É uma aposta para reduzir a longa fila de transplantes, que, nos Estados Unidos, chega a 100 mil pessoas — e a maioria precisa de um rim.

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