Ultraprocessados na merenda: por que a redução para 15% é um avanço para a saúde dos estudantes?

Governo reduz ultraprocessados em alimentos escolares.

As merendas escolares contam agora com uma redução de 20% para 15% de ultraprocessados. A medida foi anunciada pelo Governo Federal na noite dessa terça-feira (4), durante a abertura da 6ª edição do Encontro Nacional do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). 

Na ocasião, o presidente Lula (PT) afirmou que uma boa alimentação é essencial no processo de aprendizagem. “Ninguém consegue estudar de barriga vazia. Quem nunca passou fome não sabe o que é capacidade de não aprender nada quando a gente está com fome”, expressou. 

O nutricionista Gabriel Amaral explica que a mudança garante preocupação com saúde no futuro.

“A medida é muito interessante quando a gente pensa a longo prazo na alimentação dos jovens, pois há a redução dos industrializados. Eles vão crescer sem acesso a esse tipo de alimento, evitando um hábito alimentar ruim, e daí temos uma reeducação alimentar desde cedo”, afirmou.

O especialista assegurou que a presença de um profissional em escolas é importante na mudança de pensamento.

“A importância de um nutricionista é fundamental quando se pensa em montagem de cardápio, em atenção e moderação dos alimentos, além de impactar diretamente nas escolhas de toda a comunidade escolar. Isso é questão de saúde pública”, disse.

Amaral ressaltou ainda que desde os anos 70 existe uma mudança no padrão alimentar, que levou ao aumento da obesidade e, portanto, ações que alteram o pensamento de consumo de alimentos que não são saudáveis são garantias de maior qualidade de vida.  

Quais são os perigos dos ultraprocessados? 

A eliminação de ultraprocessados é essencial para a prevenção de doenças. A exemplo disso, 32 problemas de saúde diferentes podem ser evitados. 

As doenças são: 

  • Mortalidade por todas as causas;
  • Mortalidade por câncer;
  • Mortalidade por doenças cardiovasculares;
  • Mortalidade por problemas cardíacos;
  • Câncer de mama;
  • Câncer (geral);
  • Tumores do sistema nervoso central;
  • Leucemia linfocítica crônica;
  • Câncer colorretal;
  • Câncer pancreático;
  • Câncer de próstata;
  • Desfechos adversos relacionados ao sono;
  • Ansiedade;
  • Transtornos mentais comuns;
  • Depressão;
  • Asma;
  • Chiado no peito;
  • Desfechos de doenças cardiovasculares combinados;
  • Morbidade de doenças cardiovasculares;
  • Hipertensão arterial;
  • Hipertriacilglicerolemia;
  • Colesterol HDL baixo;
  • Doença de Crohn;
  • Colite ulcerativa;
  • Obesidade abdominal;
  • Hiperglicemia;
  • Síndrome metabólica;
  • Doença hepática gordurosa não alcoólica;
  • Obesidade;
  • Excesso de peso;
  • Sobrepeso;
  • Diabetes tipo 2;

Entenda o que é o Pnae

O programa realiza repasse de recursos para garantir alimentação a estudantes de todos os níveis educacionais, tendo por objetivo a promoção segura de um bom rendimento escolar, além do desenvolvimento biopsicossocial.

Ações de educação alimentar durante todo o período letivo também são feitas por meio do projeto. 

O programa atende 40 milhões de crianças e jovens em 150 mil escolas dos 5.570 municípios do Brasil. São 50 milhões de refeições diárias e cerca de 10 bilhões por ano, com custo anual de cerca de R$ 5,5 bilhões. 

Em 2023, após assumir a presidência, o governo Lula concedeu reajuste 39%, etapas que representam mais de 70% dos alunos atendidos.

Um reajuste de 39% no valor da merenda escolar para os ensinos médio e fundamental foi feito pelo governo Lula em 2023. No caso da educação infantil e escolas indígenas ou quilombolas, o reajuste foi de 35%.

Já nas demais etapas e modalidades, o percentual ficou em 28%. Até então, a alimentação escolar estava há cerca de seis anos sem reajuste.

A presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Fernanda Pacobahyba, garantiu que a diminuição de ultraprocessados visa dignidade, quando se analisa o contexto social dos estudantes. 

“São crianças que andam de barco por horas, que caminham quilômetros nos rincões mais distantes desta terra imensa em direção à escola e, que ao chegarem, têm certeza de que uma alimentação digna as espera”, pontuou. 

The post Ultraprocessados na merenda: por que a redução para 15% é um avanço para a saúde dos estudantes? appeared first on Portal Norte.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.