Preço do café aumenta e amazonenses sentem no bolso; valor deve aumentar ainda mais

O preço de um dos itens mais apreciados pelos amazonenses disparou nas prateleiras dos super mercados: o café.

O encarecimento do grão tem deixado os consumidores insatisfeitos, e a tendência é que o valores subam ainda mais nos próximos meses, conforme a Associação Brasileira de Indústria de Café (Abic).

Diante desse cenário, muitos amantes da bebida começam a cogitar a substituição do produto por alternativas mais acessíveis.

“Já ouço muitas pessoas falando que estão substituindo café por chá ou outras bebidas por causa do valor. Lembro que cheguei a comprar café por R$ 9 e agora, três meses depois, estou comprando a R$ 15 e 16 reais dependendo da marca”, relatou Kelen Marcião, coordenadora de ensino.

Impacto no bolso

Kelen é uma dos milhares de amazonenses que não dispensam a bebida no seu dia a dia. Para ela, o café é mais do que uma bebida: é parte da tradição brasileira e do cotidiano.

“Todas as famílias consomem café. Particularmente, eu consumo muito no meu ambiente de trabalho, onde os professores são conhecidos como grandes apreciadores da bebida. Esse aumento de preço impacta diretamente nossa rotina”, destacou.

De acordo com o economista Mourão Junior, o aumento dos preços do café está diretamente relacionado às mudanças climáticas.

“Esses aumentos no valor do café se devem, principalmente, às questões climáticas, que vêm alterando significativamente os padrões de chuva e seca. Períodos prolongados de seca, por exemplo, têm prejudicado as safras, impactando a produção e, consequentemente, elevando os preços”, explicou o especialista.

Preço do café deve aumenta ainda mais

Conforme a Abic, o café deve encarecer ainda mais porque o valor real pago pela indústria na compra do produto ainda não foi totalmente repassado ao consumidor final. Isso significa que os preços nas prateleiras podem subir ainda mais nos próximos meses.

A coordenadora Kelen Marcião relata como o aumento tem impactado não apenas sua rotina de trabalho, mas também a vida familiar.

“Nós, particularmente, somos uma família que consome muito café. Já estamos procurando diminuir o consumo por causa do valor. É uma mudança difícil, mas necessária diante dos preços atuais”, disse.

O economista Mourão Junior explica que, além das mudanças climáticas, outros fatores têm contribuído para o aumento dos preços.

“Por um lado, a safra está sendo prejudicada, e, por outro, o consumo de café vem aumentando. Isso cria uma pressão sobre o preço devido à alta demanda. Muitos consumidores querem o produto, mas a produção está enfrentando quebras de safra. Um terceiro ponto é o preço internacional do café, que também vem aumentando, refletindo no mercado interno”, destacou.

Com a combinação desses fatores — mudanças climáticas, aumento da demanda e alta nos preços internacionais —, a tendência é que o café continue encarecendo, impactando ainda mais o bolso dos consumidores.

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