Emocionante! Mais de 100 mil tartarugas-da-Amazônia são soltas em Roraima com ajuda de crianças ribeirinhas; veja fotos

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A tartaruga-da-Amazônia, com seu tamanho imponente e sua importância ambiental, está novamente no centro de um esforço de conservação no Sul de Roraima.

Até o final de fevereiro, mais de 100 mil filhotes dessa espécie devem nascer nas praias do Baixo Rio Branco, um trabalho coordenado pelo Projeto Quelônios da Amazônia (PQA), iniciativa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Criado há 35 anos, o PQA tem como missão proteger as espécies de quelônios em risco de extinção na Amazônia. O projeto monitora ninhos e trabalha contra a captura ilegal realizada por traficantes, conhecidos como “tartarugueiros”.

Este ano, o projeto registrou a desova de 120 ninhos de tartarugas-da-Amazônia, a maioria na ilha Maú, e contou com a participação inédita de crianças ribeirinhas na soltura dos filhotes, um momento simbólico para reforçar a conscientização sobre a proteção da espécie.

Como a tartaruga-da-Amazônia se desenvolve?

Os filhotes, que nascem após um período de incubação que dura de setembro a dezembro, são liberados no rio para iniciarem sua jornada.

Cada fêmea coloca entre 90 a 150 ovos, que se desenvolvem sem a presença dos pais. Durante essa fase crítica, o PQA garante que os filhotes cheguem à água em segurança, enfrentando predadores naturais e a ameaça constante do tráfico.

Tartaruga-da-Amazônia na fase adulta – Foto: Divulgação/ICMBio.

De acordo com o coordenador do PQA em Roraima, Rui Bastos, o tráfico de tartarugas ainda é uma ameaça significativa, especialmente fora das áreas que o Ibama monitora.

“O maior problema é o tráfico de tartarugas. Aqui, na nossa área, encontramos menos casos porque nossa presença constante inibe um pouco essa atividade. Mas fora da nossa região, o tráfico é intenso. O Rio Branco, por exemplo, tem uma grande extensão e, em certas épocas do ano, como no Natal e no Ano Novo, há um aumento significativo da captura ilegal”, destacou.

Além disso, as condições climáticas extremas, como a seca histórica que afetou o estado em 2024, representam um desafio para a reprodução das tartarugas. Isso dificulta a eclosão e causa deformidades nos filhotes.

Qual o impacto da seca no nascimento dos filhotes?

O projeto também registrou uma quantidade recorde de ovos neste ciclo, ultrapassando os 100 mil filhotes, um número impressionante diante dos desafios enfrentados.

No entanto, o impacto da seca foi evidente, com praias compactadas que dificultaram a saída dos filhotes do ninho e uma menor presença de fêmeas na época de desova.

A participação de 25 crianças da escola municipal Vovó Tetinha, em Santa Maria do Boiaçu, foi um marco na ação deste ano.

O projeto também registrou uma quantidade recorde de ovos neste ciclo – Foto: Reprodução.

Após semanas de aprendizado sobre as tartarugas, as crianças ajudaram na soltura de cerca de 5 mil filhotes. Elas presenciaram a movimentação dos répteis até a água.

Ademais, esse tipo de atividade tem como objetivo educar as novas gerações sobre a importância da conservação ambiental, como explicou o superintendente do Ibama em Roraima, Diego Bueno.

Como as tartarugas-da-Amazônia ajudam o meio ambiente?

As tartarugas-da-Amazônia desempenham um papel crucial no ecossistema, conectando ambientes aquáticos e terrestres ao transferirem nutrientes.

Embora a mudança climática e o desmatamento tenham impactado a reprodução dos animais, as ações do PQA ajudaram a reduzir o risco de extinção da espécie.

O projeto também registrou uma quantidade recorde de ovos neste ciclo – Foto: Reprodução.

Além de proteger os filhotes, o projeto também enfrenta a ameaça do tráfico de animais. Esse crime prevê penas de até um ano de detenção e multa, conforme a Lei de Crimes Ambientais.

O PQA, em parceria com a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), monitora praias e realiza ações de educação ambiental.

Com a ajuda de equipes do Ibama, o projeto tem sido crucial para garantir a sobrevivência das tartarugas-da-Amazônia. Por fim, os quelônios estão gradualmente saindo da lista de espécies ameaçadas de extinção.

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