Curta-metragem que resgata lendas amazônicas será reproduzido nas escolas do Acre

O curta-metragem “Vozes da Floresta – Contos Mágicos da Amazônia” transporta o espectador a um tempo em que crianças se reuniam ao redor dos avós para ouvir lendas amazônicas, transmitidas oralmente de geração em geração.

Produzido por Marcus Ramon Aquino, o filme busca reviver essas histórias que fazem parte do imaginário cultural da região.

Com pouco mais de 12 minutos de duração, o curta retrata uma época em que avós, muitos deles seringueiros ou descendentes de indígenas, contavam aos netos lendas tradicionais, como as do Boto Cor-de-Rosa, Mapinguari e Curupira.

A narrativa se passa ao entardecer, quando um avô reúne os netos para compartilhar as histórias mágicas da Amazônia.

Marcus Ramon Aquino destacou a importância de divulgar o trabalho nas escolas para preservar a cultura regional. Ele acredita que é essencial para as novas gerações conhecerem a mitologia amazônica, que ainda exerce forte influência em diversas comunidades locais.

“Me inspirei nos meus avós, que sempre contavam essas histórias para mim quando eu era criança, principalmente para dormir. Meus avós cresceram no seringal e, quando iam dar uma festa, principalmente Carnaval, a gente saía da cidade, ia para Porto Acre e descia o rio. Eles tinham seringal e, quando davam alguma festa, iam muitas pessoas para lá de barco, de batelão”, relembra.

A inspiração para o curta Vozes da Floresta

O diretor relembrou que as viagens pelos rios da Amazônia eram marcadas pelas histórias que estimulavam a imaginação infantil.

Ele mencionou que as crianças observavam atentamente as pessoas que subiam os barrancos, vestidas em roupas sociais de linho, e imaginavam se poderiam se transformar em botos, personagens das lendas regionais.

O filme busca fortalecer a mitologia amazônica e preservar o patrimônio cultural. O lançamento ocorreu na quarta-feira, 26, com produção financiada pelo governo federal, por meio da Lei Paulo Gustavo, em parceria com o governo do Acre e a Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM).

A ambientação do curta foi cuidadosamente planejada para proporcionar um cenário lúdico e nostálgico, recriando a atmosfera das antigas conversas em família.

Aquino explicou que o objetivo é conectar o público ao passado, resgatando a tradição de contar histórias, um hábito que tem se perdido com o crescimento das redes sociais e a diminuição das interações familiares presenciais.

“O curta não é só um entretenimento, pois tem um papel educativo e cultural muito importante, muito forte. Então, mostrar essas histórias para as crianças e jovens é uma forma de reforçar esse entretenimento e despertar o interesse pela nossa cultura, estimular o  interesse nas crianças e nos adolescentes. Colocar isso disponível nas escolas é uma forma de atingir uma massa maior e fazer eles lembrarem que a gente tem uma cultura rica e muito importante”, reforça.

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