Covid-19: o que são mutações, linhagens, cepas e variantes?

Os vírus, como o SARS-CoV-2, causador da Covid-19, são organismos únicos e intrigantes. Durante a pandemia, palavras como cepas, linhas e variantes passaram a fazer parte do vocabulário cotidiano, mostrando a velocidade e complexidade com que o vírus evolui e se adapta.

Os vírus ocupam um espaço único na biologia, não sendo considerados vivos nem completamente inertes. A ciência ainda debate como classificá-los, mas o que se sabe com certeza é que eles dependem de células hospedeiras para se reproduzir, razão pela qual são chamados de parasitas intracelulares obrigatórios.

Embora sejam minúsculos, sua capacidade de adaptação e evolução os torna poderosos agentes de transformação no mundo natural.

Covid-19: o que são mutações, linhagens, cepas e variantes?

Desde o início da pandemia de SARS-CoV-2, decretado pela OMS em 11 de março de 2020, termos como mutações, linhagens, cepas, variantes, sub linhagens e recombinantes têm sido amplamente usados para descrever o comportamento do vírus.

Essas palavras, no entanto, muitas vezes geram confusão. Entender o que elas significam é essencial para compreender a evolução do vírus e o impacto que ele continua causando na saúde pública global.

Uma mutação ocorre quando há uma alteração no material genético do vírus. Ao infectar uma célula, o vírus vai usar os ribossomos dela para criar proteínas e criar cópias de si mesmo até essa célula explodir de tantos vírus.

Nesse processo de milhares de cópias de cada vez alguns erros ocorrem, e a esses erros nós damos o nome de mutação. Muitas dessas mutações não causam efeitos perceptíveis, mas algumas podem alterar características importantes do vírus, como sua capacidade de transmissão ou a gravidade da infecção que provoca.

Imagem: Imagem: shutterstock/Lightspring

Se você viu bastante X-Men, vai saber que quando um grupo de mutações se acumula e dá origem a um novo perfil genético, surgem as linhagens. Elas permitem que os cientistas identifiquem e rastreiem como o vírus evolui e se espalha em diferentes regiões do mundo.

Durante a pandemia de Covid-19, nomes como Alpha, Beta, Gamma, Delta e Omicron ganharam a boca do povo, essas eram as variantes, mutações do vírus que foram batizadas com nomes diferentes por apresentarem características distintas.

O termo cepa, por sua vez, é mais amplo. Ele é usado para se referir a versões do vírus que apresentam grandes e bruscas mudanças no comportamento ou na estrutura, diferenciando-se da versão original de maneira definitiva. Apesar de amplamente utilizado, “cepa” nem sempre é o termo mais adequado para descrever as variações do SARS-CoV-2.

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As variantes são classificações mais específicas dentro das linhagens. Elas se destacam por suas mutações, que podem impactar sua transmissibilidade, a gravidade da doença ou até mesmo a eficácia das vacinas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) utiliza termos como “variantes de preocupação” e “variantes de interesse” para identificar aquelas que requerem maior atenção. Exemplos notáveis incluem a variante Omicron e suas várias sublinhagens.

variante Ômicron
Imagem: shuttrstock/angellodeco

Sublinhagens são subdivisões dentro de uma linhagem principal, resultantes de novas mutações que ocorrem em variantes existentes. No caso da Ômicron, por exemplo, sub linhagens como BA.1, BA.2 e BA.5 foram monitoradas devido ao seu impacto na transmissão e no escape imunológico.

Já os recombinantes surgem quando duas variantes diferentes infectam a mesma célula e trocam fragmentos de material genético, criando uma nova variante híbrida. Esse processo é especialmente preocupante quando há circulação simultânea de diversas linhagens em uma população, aumentando a complexidade do controle epidemiológico.

O sequenciamento genético é a ferramenta que permite identificar mutações, linhagens, cepas, variantes, sub linhagens e recombinantes. Esse processo é essencial para acompanhar a evolução do SARS-CoV-2, ajudando a ajustar vacinas, prever surtos e orientar medidas de saúde pública.

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