Grupo Norte participa em Austin da SXSW, festival que é referência internacional em inovação e entretenimento

Museu do Futuro, de Dubai, tinha instalação gigante de imagens geradas por IA. Foto: Maria Luiza Borges

O South by Southwest (SXSW) é um dos maiores e mais importantes festivais de inovação, tecnologia, música e cultura do mundo, realizado em Austin, Texas, desde 1987. O evento reúne conferências, shows musicais, lançamentos de filmes e séries de streaming, atraindo uma audiência global interessada nas tendências emergentes e discussões que moldam o futuro.

Este ano, participei como diretora da área digital do Grupo Norte de Comunicação, indo atrás das discussões que vão balizar as tendências ao longo do ano. Brasileiros, aliás, formam um dos principais públicos participantes do evento, a ponto de o português ser uma das línguas mais ouvidas nos corredores e a Casa São Paulo, montada há dois anos pelo governo paulista, ser um ponto de encontro dos mais concorridos.

A participação do Grupo Norte de Comunicação reforça o nosso compromisso em estar na vanguarda das transformações que impactam a sociedade e os mercados. Como um dos principais grupos de comunicação do Norte do Brasil, buscamos compreender tendências e traduzi-las para nosso público, promovendo debates essenciais e contribuindo para a evolução do setor midiático e do mercado digital.

“Grupo Norte quer estar na vanguarda das transformações que impactam a sociedade e os mercados”, Maria Luiza Borges

Abaixo, pesquei alguns temas do imenso mar de conteúdo que é Austin nessa época do ano.

Inteligência artificial, robôs e inteligência viva

O SXSW é famoso por já ter sido o palco onde foi lançado o Twitter, e onde futuristas se encontram para dizer o que vem por aí. E com a velocidade com que tudo acontece à nossa volta, essa é uma missão cada vez mais desafiadora.

Inteligência artificial foi, pelo terceiro ano seguindo, o grande tema balizador do evento. Agora ela aparece de forma aplicada, em todas as áreas do conhecimento – da comunição à medicina, da corrida espacial às compras do dia a dia. E os especialitas fazem um alerta importante: precisamos preservar o que nos faz humanos, nossa capacidade criativa, de nos relacionarmos e, por que não?, de errarmos.

Amy Webb, futurista e CEO do Future Today Strategy Group, que faz uma das palestras mais concorridas do evento, disse que estamos entrando numa era que nem conseguimos imaginar como será, a da inteligência viva (living intelligence – LI). Essa inteligência seria o resultado da convergência entre inteligência artificial, biotecnologia e sensores avançados. Isso promete “reescrever as regras da nossa realidade como a conhecemos”.

Webb diz ainda que veremos uma grande mudança na relação humanos-robôs em até dois anos e que a era dos robôs humanoides no nosso dia a dia está próxima.

A palestra de Amy Webb pode ser assistida na íntegra em português:

YouTube Video

Computação quântica cada vez mais próxima do dia a dia

Arvind Krishna, CEO da IBM, explorou o potencial da computação quântica em transformar setores como saúde, segurança cibernética e finanças. Ele destacou como a integração da IA com a computação quântica pode acelerar descobertas científicas e resolver problemas complexos de maneira eficiente.

Em outro painel, Charina Chou, COO do Google Quantum AI, destacou que “computadores quânticos são capazes de resolver problemas que são impossíveis para supercomputadores ou inteligência artificial, mesmo em seu melhor desempenho”. Segundo ela, nenhuma nação ou empresa conseguirá desenvolver essa tecnologia sozinha. Isso vai exigir muita cooperação.

Os avanços da computação quântica dependem de investimentos massivos e de colaborações entre o setor privado e governos. “Nenhuma empresa ou nação conseguirá desenvolver essa tecnologia sozinha”, afirmou Chou, reforçando a necessidade de cooperação internacional para superar barreiras como a escalabilidade dos chips quânticos e a correção de erros.

A capacidade dos computadores quânticos de processar múltiplos cenários simultaneamente permitirá uma personalização sofisticada, como campanhas de marketing ajustadas dinamicamente conforme o comportamento do consumidor, e eventos que adaptam experiências ao vivo com base nas reações do público.

A interação entre computação quântica, inteligência artificial e realidades imersivas abrirá possibilidades inéditas para o marketing de experiência, tipo ambientes virtuais hiper-realistas. Chon estima que aplicações úteis da computação quântica devem estar disponíveis em cerca de cinco anos.

BlueSky e TikTok

As redes sociais e seu ecossistema de influencers não podem ficar de fora de um evento como esse. Nem mesmo as emergentes, como a novíssima Bluesky. Jay Graber, CEO da rede, falou numa sessão sobre as transformações no cenário das redes sociais, especialmente diante das ameaças de bloqueio do TikTok nos Estados Unidos e das mudanças nas políticas de plataformas como a Meta.

A rede que Graber lidera é hoje um fenômeno. Tem apenas 21 empregados e já atraiu 31 milhões de usuários, muitas deles brasileiros. Contanto com ex-funcionários do antigo Twitter (que se tornou X, depois de ser comprado pelo bilionário Elon Musk), a Bluesky tem código aberto e garante que funciona sem algoritmo para determinar o que você vai consumir.

Abordando especificamente o TikTok, os investidores Frank McCourt, ex-dono do Los Angeles Dodgers, e Kevin O’Leary, falaram da proposta que fizeram para comprar o TikTok. McCourt, fundador do Project Liberty em 2021, defende um ambiente digital mais seguro.

Com o prazo de banimento do TikTok se aproximando – a nova data está prevista para 5 de abril – a situação é incerta. Além da oferta de da dupla, que lançou uma campanha de arrecadação de fundos, a rede social chinesa recebeu outras mas até agora não indicou a possibilidade de vender sua poderosa plataforma.

Lauren Greenfield, diretora do comercial “Like a Girl”, apresentou a série documental “Social Studies”, que explora como as redes sociais influenciam a vida dos adolescentes. Ela destacou que a pressão por padrões estéticos irreais nas redes tem levado a crises de identidade, aumento de distúrbios alimentares e problemas de saúde mental entre os jovens. Greenfield alertou que o impacto das redes sociais na Geração Z já representa uma crise de saúde pública e destacou a responsabilidade das marcas e plataformas em mitigar esses efeitos.

“O impacto das redes sociais na Geração Z já representa uma crise de saúde pública”

Lauren Greenfield

Além disso, especialistas em comportamento digital apontaram que a Geração Z está redefinindo a maneira como se engaja com conteúdo online, priorizando comunidades autênticas e experiências imersivas em detrimento de interações superficiais.

Youtube é o streaming do ano

Ainda área das mídias digitais, o professor e podcaster Scott Galloway, da New York University, aposta que o Youtube será o streaming do ano. Segundo ele, nos EUA, já ultrapassou a Netflix e segue a passos largos para ultrapassar o Spotify no consumo de podcasts.

Galloway diz que o Youtube será o principal streaming ao longo de 2025. Foto: Maria Luiza Borges

Como forma de confirmar o que diz, Galloway falou do youtber Mr Beast, que somente no ano passado faturou US$ 85 milhões. O professor diz que Mr Beast é o comunicador com maior alcance mundial da atualidade.

Outro youtuber, Sean Evans, apresentador da série viral do “Hot Ones”, celebrou o 10º aniversário de seu programa no SXSW. Ele refletiu sobre como o YouTube proporcionou tempo e plataforma para o crescimento do “Hot Ones”, algo que poderia não ter sido possível na TV tradicional. O programa, que conta com 14,5 milhões de inscritos.

No mundo da Lua

​A NASA teve uma presença marcante no SXSW 2025, com paineis e uma ativação completa que ganhou o nome de Nasa House.​

Foto: Bill Ingalls/Nasa

Uma das sessões mais concorridas levou os astronautas Reid Wiseman, Christina Koch e Jeremy Hansen para um dos palcos do Austin Convention Center. Eles estão escalados para a missão planejada Artemis II, que vai orbitar a Terra e a Lua. É uma espécie de primeiro estáfio para futuras missões tripuladas ao planeta Marte.

Segundo Wiseman, a ideia é testar na Lua os sistemas que estão sendo desenvolvidos. “Mas não vamos parar por aí, garante. A missão estava prevista para partir em setembro deste ano, mas foi adiada para abril de 2026.

A Nasa também apresentou imagens impressionantes geradas pelo Telescópio Espacial James Webb e de outros observatórios avançados. , oferecendo uma visão aprofundada das descobertas recentes sobre o cosmos. ​

Low Mass Objects within the Flame Nebula in Infrared Light
Imagens do Telescípio Webb (fotos: NASA)

A NASA também transformou a Biblioteca Central de Austin em uma experiência imersiva chamada “NASA House: CreateSpace”. Este evento gratuito permitiu que os visitantes participassem de atividades práticas, explorassem exposições interativas e mergulhassem em experiências sensoriais. A iniciativa foi projetada para envolver tanto moradores quanto visitantes através diversas perspectivas, seja arte, música, tecnologia ou pura imaginação. ​

Longevidade

O Dr. Peter Attia e Marty Munson discutiram a importância de distinguir entre “lifespan” (tempo de vida) e “healthspan” (tempo de vida saudável). Attia defendeu a necessidade de um novo modelo médico focado na medicina preventiva, com um olhar específico para doenças metabólicas, neurodegenerativas e cardiovasculares. Ele destacou que a prevenção, baseada em monitoramento contínuo e ajustes no estilo de vida, é a chave para aumentar a qualidade de vida a longo prazo.

O painel também explorou como o avanço da biotecnologia está possibilitando novas abordagens para a longevidade, incluindo terapias genéticas, intervenções baseadas em IA e suplementos inovadores voltados para a saúde celular e longevidade cognitiva.

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