Família de criança com perna quebrada após creche relatar câimbra busca respostas: ‘Inconformados de não saberem o que aconteceu’

Menino de três anos foi levado ao hospital em Cerquilho (SP), onde exames confirmaram duas fraturas na perna direita. De acordo com a SSP, caso foi registrado como lesão corporal e está sob investigação. Perna da criança precisou ser enfaixada devido as fraturas identificadas no raio-x
Arquivo pessoal
A família de um menino de três anos, de Cerquilho (SP), que procurou a polícia ao descobrir que a criança quebrou a perna em dois locais após a creche relatar que o menino estava com câimbra quer respostas sobre a lesão.
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“Estamos inconformados de não saberem o que de fato aconteceu com ele. Está em um pós-traumático, não deixa a gente chegar perto dele”, diz a avó da criança, Carol Kplari.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o caso foi registrado, na quarta-feira (12), como lesão corporal e está sob investigação na delegacia da cidade.
Conforme a SSP, a avó da criança relatou à polícia que recebeu uma ligação da creche informando que seu neto estava chorando e sentia dores na perna. O menino foi levado ao hospital, onde exames confirmaram duas fraturas na perna direita. À polícia, a família relatou que a escola apresentou versões divergentes sobre o ocorrido.
O g1 teve acesso ao boletim de ocorrência, no qual consta que, de acordo com a declaração de Carol, a coordenadora da creche ligou para a família pedindo que fosse buscar o aluno, pois ele estaria assistindo TV e acharam que ele estava com câimbra, pois chorava muito e dizia estar com dor na perna.
Ainda conforme o BO, após atendimento médico, o raio-x identificou duas fraturas na perna direita, que, segundo a família, não foram informadas pela escola.
Raio-x mostra fraturas no osso da criança de três anos após ela ter sido buscada em creche no interior de SP
Arquivo pessoal
Recuperação
Carol contou ao g1 que o menino está se recuperando da maneira que pode: “A recuperação dele vai demorar de seis a oito semanas, e, agora, a gente precisa de uma perícia de um ortopedista. Mas, à medida do possível, estamos fazendo o que dá”, reforça.
Um grupo em um aplicativo de mensagens foi criado entre os pais de crianças da creche para conversar sobre o que aconteceu. A família reforça a importância da segurança dos alunos.
“Tem muitos pais revoltados. Não há câmeras na escola dele e nem nas outras de educação infantil. A gente precisa descobrir o que aconteceu. Ele tem duas fraturas em uma perna, que não são por acaso.”
“Não é só pela segurança das crianças e, sim, dessas professoras também, que, agora, nesse momento, não sabem explicar o que aconteceu de fato com o meu neto, né? A gente só precisa descobrir o que aconteceu”, continua.
A avó relembra como o neto reagiu quando passou novamente próximo à escola onde estuda, um dia após o diagnóstico.
“Eu tive que levá-lo no posto, porque ele chorava muito de dor e, ao chegar depois do posto, eu passei na escola, porque eu queria alguma informação. Eu precisava saber se já sabiam alguma coisa que tinha acontecido com o meu neto, e a diretora foi chegar perto dele e ele falava: ‘não, vovó, vamos embora’.”
Segundo Carol, o neto ainda não fala frases construídas e algumas palavras saem desconexas, mas ele reclama de muita dor.
Família percebeu o choro incomum e levou a criança ao hospital, que identificou as fraturas
Arquivo pessoal
O que diz a prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Cerquilho informou que o aluno chegou normalmente à escola acompanhado da mãe, participou das atividades e, em determinado momento, começou a chorar e apresentar dificuldade para apoiar o pé no chão.
Ainda segundo a prefeitura, a direção foi acionada, mas não foram identificados sinais aparentes de queda ou lesão. A avó, responsável legal, foi contatada e, posteriormente, a mãe buscou a criança.
A Secretaria da Educação acompanha o caso e afirmou que havia duas profissionais em sala no momento do ocorrido. A prefeitura determinou que a Secretaria da Saúde acompanhe a recuperação da criança.
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