Preso no corredor da morte usou suas últimas palavras para compartilhar uma mensagem com as vítimas sobreviventes.

Preso no corredor da morte usou suas últimas palavras para compartilhar uma mensagem com as vítimas sobreviventes.

Na manhã de 20 de março, o estado de Oklahoma realizou sua primeira execução do ano. Wendell Arden Grissom, condenado por um crime brutal cometido em 2005, recebeu uma injeção letal no Presídio Estadual de Oklahoma. Seus últimos momentos, porém, foram marcados por um pedido de perdão dirigido às vítimas sobreviventes e às famílias afetadas por suas ações.

O crime que levou Grissom à pena de morte aconteceu há quase duas décadas. Em 2005, Dreu Kopf, uma moradora do Condado de Blaine, preparava-se para mudar de casa no dia seguinte. Junto dela estava Amber Dawn Matthews, de 23 anos, que ajudava a organizar os pertences.

Amber Dawn Matthews morreu tentando proteger os filhos de Kopf (Gabinete do Procurador-Geral de Oklahoma).

Amber Dawn Matthews morreu tentando proteger os filhos de Kopf (Gabinete do Procurador-Geral de Oklahoma).

Enquanto as duas trabalhavam, Grissom invadiu a residência atravessando uma porta de vidro deslizante a tiros. O ataque foi rápido e violento: Dreu, que tentou se defender, foi atingida no pulso, mão, ombro, cabeça e quadril. Enquanto isso, Amber agarrou a bebê recém-nascida de Dreu, Gracie, e correu para o quarto onde a filha mais velha, Rylee, chorava em seu berço.

Grissom perseguiu Amber, que suplicou pela vida segurando a criança. O pedido foi ignorado. Amber levou um tiro na nuca e outro na testa, ainda com Gracie nos braços. Milagrosamente, as duas crianças sobreviveram sem ferimentos físicos. Grissom foi preso no dia seguinte, após uma breve investigação.

Durante o julgamento, o assassino confessou o crime, afirmando que queria que sua vida “acabasse”. A sentença de morte foi confirmada, mas o caminho até a execução levou quase 20 anos. Nesse período, Dreu Kopf e suas filhas, agora adultas, enfrentaram traumas profundos. Dreu, que sobreviveu a oito perfurações de bala (com fragmentos ainda alojados em seu corpo), relatou viver em constante medo. “Se alguém batia na porta, eu ligava para a polícia. Até ir ao Walmart era um tormento: via uma mochila e pensava em tiroteios”, desabafou.

Wendell Grissom pediu perdão (Departamento de Correções de Oklahoma).

Wendell Grissom pediu perdão (Departamento de Correções de Oklahoma).

No dia da execução, Dreu e as filhas estiveram presentes. Quando questionado sobre suas últimas palavras, Grissom, visivelmente emocionado, dirigiu-se às vítimas: “Peço perdão a todos que machuquei. Lamento ter colocado tanto ódio em seus corações”. Ele admitiu estar sob efeito de drogas e álcool no dia do crime, mas assumiu total responsabilidade: “Ainda assim, a culpa é minha. Não sou a pessoa que fingi ser naquele dia”. O condenado também expressou desejo de que as vítimas o perdoassem “por seu próprio bem”, sugerindo que isso as ajudaria a “encontrar Deus”.

A execução foi concluída às 10h13, horário local. Após o anúncio da morte, Dreu Kopf comentou publicamente sobre o pedido de desculpas: “Pareceu sincero, mas veio tarde demais”. Ela reforçou que, embora Grissom tenha encontrado um fim, as cicatrizes físicas e emocionais permanecem.

O caso de Wendell Arden Grissom reacendeu debates sobre a pena de morte nos Estados Unidos, especialmente em Oklahoma, um dos estados com maior número de execuções desde a retomada do método em 1990. Para além das discussões jurídicas, porém, a história deixou marcas indeléveis em uma família que, duas décadas depois, ainda busca reconstruir a sensação de segurança perdida em uma tarde de 2005.

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