Inflação alta: Alckmin defende retirar alimentos e energia do cálculo da Selic

Inflação alta: Alckmin defende retirar alimentos e energia do cálculo da Selic

O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, defendeu, nesta segunda-feira (24), que o Banco Central (BC) desconsidere a inflação de alimentos e energia ao definir a taxa básica de juros, a Selic.

A declaração foi feita durante o evento “Rumos 2025”, realizado pelo Valor Econômico, e vem após o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevar a Selic para 14,25% ao ano para conter a inflação.

Durante a participação, o presidente em exercício enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viaja pela Ásia, abordou temas como o comércio exterior, investimentos verdes, segurança pública e tributação.

Segundo Alckmin, a medida deveria ser estudada pelo Banco Central como estratégia para conter a crise de alimentos.

“Alimento é muito clima. Se eu tenho uma seca muito forte, uma alteração climática muito grande, vai subir o preço de alimento. E não adianta eu aumentar os juros que não vai fazer chover. Então eu só vou prejudicar a economia”, apontou o ministro.

Para ele, os aumentos nos preços de alimentos e energia são impulsionados por fatores externos e de natureza pontual, como eventos climáticos adversos e tensões geopolíticas, como guerras.

Esses eventos, de acordo com o ministro, impactam os preços de forma significativa, mas não possuem uma relação direta com a política monetária e, portanto, com a taxa de juros.

Taxa de juros e inflação

Como exemplo, ele citou o banco central dos Estados Unidos, que retira esses dois índices do cálculo dos juros básicos da economia estadunidense.

“Então, eles [banco central dos EUA] excluem do cálculo [alimentos e energia]. Eu acho que é uma medida inteligente, e a gente realmente [pode] aumentar os juros naquilo que pode ter mais efetividade na redução da inflação”, explicou Alckmin.

Para o ministro, a medida é necessária uma vez que a redução da inflação é “essencial”. “A inflação não é neutra socialmente, ela não é neutra, ela atinge muito mais o assalariado, que tem reajuste, normalmente, uma vez por ano e vê todo mês, todo dia, o seu salário perder o poder aquisitivo”.

Alckmin também alertou para o impacto do aumento da Selic nas contas públicas. Segundo cálculos apresentados por ele, cada elevação de 1 ponto percentual na taxa básica de juros onera a dívida pública em aproximadamente R$ 48 bilhões.

Preços dos alimentos

O vice-presidente ainda avaliou que os preços dos alimentos devem cair neste ano e que o governo está trabalhando em medidas para barateá-los.

A perspectiva positiva é impulsionada pela melhoria do clima, e consequentemente, aumento da safra agrícola.

“Há uma expectativa esse ano de um crescimento da safra de quase 10%. No ano passado, a indústria ajudou a elevar o PIB. O PIB cresceu 3,4%, a indústria de transformação cresceu 3,8%. Agora esse ano eu acho que a agricultura vai dar um empurrão”, pontuou.

*Com informações da Agência Brasil

The post Inflação alta: Alckmin defende retirar alimentos e energia do cálculo da Selic appeared first on Portal Norte.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.