Sua boca em perigo: Anvisa interdita creme dental da Colgate

A saúde bucal dos consumidores da Colgate está em xeque. Nesta quinta-feira, 27 de março de 2025, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) interditou a linha de cremes dentais “Clean Mint” da marca após relatos de lesões bucais graves em usuários. A decisão, publicada no Diário Oficial da União (DOU), é uma medida cautelar e já está em vigor, pegando de surpresa milhões de brasileiros que confiam na gigante dos cuidados bucais.

A pergunta que fica é: como uma empresa tão consolidada deixou chegar a esse ponto? A Colgate, que há décadas se posiciona como sinônimo de dentes saudáveis, agora precisa correr contra o tempo para provar que zela pela segurança de seus clientes.

A interdição veio após o que a Anvisa classificou como um “número significativo de relatos de eventos adversos” ligados ao uso do produto. Consumidores reportaram sintomas preocupantes, como aftas, inchaço na mucosa oral, ardência nas gengivas e até ferimentos na língua e nos lábios. O órgão, que já monitorava a situação, decidiu agir para proteger a população enquanto investiga se a fórmula do “Clean Mint” é, de fato, nociva.

Dependendo do resultado, a Anvisa pode suspender de vez a fabricação e a venda da linha. Procurada por nossa reportagem, a Colgate ainda não se manifestou sobre o caso, deixando um silêncio que só aumenta a desconfiança.

O problema não é novidade para quem acompanha as redes sociais e plataformas como o ReclameAqui, onde a empresa já acumula mais de mil queixas desde o final de 2024. Tudo começou com a reformulação de linhas como “Total 12” e “Clean Mint”, rebatizadas de “Prevenção Ativa”. Lançada em novembro do ano passado, a nova fórmula trocou o tradicional fluoreto de sódio pelo fluoreto de estanho, um composto com propriedades antimicrobianas que a Colgate alardeou como “a melhor fórmula da história” para prevenir doenças bucais.

No entanto, o que era para ser uma barreira de proteção de até 24 horas se transformou, para muitos, em um pesadelo de dor e inflamação.

Casos como o da advogada e influenciadora Luiza Guimarães, do perfil @ocasaldebh, jogam luz sobre a gravidade da situação. Com mais de 1 milhão de seguidores, ela relatou, em vídeos publicados na última segunda-feira (24), o surgimento de feridas na boca que a fizeram temer cada escovação. “Você nunca imagina que é a pasta de dente te dando alergia, ainda mais uma que usou a vida inteira”, desabafou, mostrando lesões na língua e nas gengivas.

Outro exemplo é o estudante Pedro Maciel, de 25 anos, que enfrentou mais de 50 aftas simultâneas em janeiro. “Fui a quatro médicos, ninguém sabia o que era. Só parou quando troquei a pasta”, contou ele, que chegou a se alimentar apenas de sorvetes por causa das dores.

A Colgate tem a obrigação de oferecer produtos seguros. Seus clientes — muitos fiéis há gerações — depositam na marca a confiança de cuidar de algo tão básico quanto a higiene bucal. Não é aceitável que uma mudança de fórmula, vendida como inovação, coloque em risco a saúde de quem a utiliza.

A empresa precisa responder rápido, com transparência, e garantir que episódios como esse não se repitam. Enquanto a Anvisa segue investigando, o recado é claro: os consumidores merecem respeito, e suas bocas não podem ser palco de experimentos mal-sucedidos.

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