EUA retomam contato direto com o Irã e falam firme: ‘Não é uma negociação’

Um novo capítulo nas relações entre EUA e Irã deve se iniciar no sábado (12) com um encontro em Omã. Será o primeiro contato direto entre os dois países desde 2018, quando o presidente Donald Trump, então no primeiro mandato, se retirou do acordo nuclear firmado durante o governo de Barack Obama. Apesar de a diplomacia americana negar que a reunião configure uma negociação formal, Washington admite que busca um novo acordo com Teerã. As informações são da rede ABC News.

A porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, rejeitou qualquer leitura de que o encontro terá caráter negociador. “Esta é uma reunião que vai acontecer, certo? No sábado, há uma reunião. Não há negociações”, afirmou a jornalistas. “É uma dinâmica na qual o presidente deixou muito claro, e certamente o secretário também deixou muito claro, que o Irã nunca terá uma arma nuclear”, completou. Segundo ela, trata-se de um momento para “tocar base”, e não para formalizar um processo de negociação.

O secretário de Estado norte-americano Marco Rubio (Foto: state.gov/divulgação)

Apesar do tom cauteloso, a própria Casa Branca admite que o objetivo de Trump é fechar um acordo. A secretária de imprensa do governo, Karoline Leavitt, reforçou a pressão sobre Teerã. “Quando se trata do Irã, o presidente restabeleceu sanções devastadoras ao regime iraniano e deixou muito claro ao Irã que eles têm uma escolha a fazer: você pode fechar um acordo com o presidente, você pode negociar, ou haverá um preço alto a pagar.”

O enviado especial da Casa Branca para o Oriente Médio, Steve Witkoff, será o representante dos Estados Unidos na reunião. Os detalhes da agenda permanecem sob sigilo, e o próprio anúncio do encontro foi feito de maneira informal por Trump durante uma reunião com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na segunda-feira (7).

“Estamos tendo conversas diretas com o Irã, elas começaram. Acontecerá no sábado. Temos uma reunião muito importante, e veremos o que pode acontecer”, disse Trump, acrescentando que se trata de uma iniciativa que pode marcar uma reviravolta nas relações diplomáticas entre os dois países.

Já o chanceler iraniano Abbas Araghchi confirmou que o encontro será realizado em Omã, mas contestou a versão norte-americana. “É tanto uma oportunidade quanto um teste”, disse a autoridade por meio da rede X, antigo Twitter, acrescentando que as conversas serão “indiretas e de alto nível”. O governo iraniano não confirmou quem participará da reunião por parte de Teerã.

Mesmo diante da divergência sobre a natureza do encontro, os Estados Unidos mantêm sua posição. “Isso é bom para os iranianos”, comentou Bruce sobre a declaração de Araghchi.

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