
Localizadas em uma das áreas mais ricas em biodiversidade do planeta, as cidades da Amazônia Legal encaram um desafio: estão entre as menos arborizadas do Brasil.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na última quinta-feira (17), investigaram as condições urbanísticas ao redor dos domicílios em áreas urbanas, onde moram 85% da população brasileira, mostra isso.
O estudo mostra que só 44,65% dos residentes de Belém (PA), futura sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em novembro, convivem em ruas com pelo menos uma árvore.
A situação também é alerta para outras capitais do Norte, como Rio Branco (39,86%), Macapá (62,87%), Manaus (44,81%), Porto Velho (64,86%) e Boa Vista (52,64%), que mostram baixos números de arborização.
Nos estados acontece o mesmo cenário. Quando só as ruas com mais de cinco árvores são contabilizadas, os piores resultados estão no Acre (10,7%), Amazonas (13,7%), Pará (16,9%) e Roraima (14,5%).
Dos dez estados com a menor cobertura arbórea nas áreas urbanas, cinco estão localizados na Amazônia Legal. Isso evidencia um contraste visível entre o cenário natural da região e o dia a dia de suas cidades.
O agro no topo da lista
Em contraste, estados que exibem uma forte influência do agronegócio estão entre os mais arborizados do Brasil.
Mato Grosso do Sul lidera, com 58,9% da população urbana residindo em ruas com mais de cinco árvores, seguido do Distrito Federal (56,4%), Paraná (49%), Mato Grosso (40,3%), Goiás (40,2%) e São Paulo (38,4%).
Capitais como Campo Grande (MS) e Goiânia (GO) sobressaem nesse aspecto. Campo Grande lidera a classificação nacional de arborização urbana: 91,4% dos moradores vivem em ruas com ao menos uma árvore. Goiânia surge logo atrás, com 89,6%.
No interior, Lucas do Rio Verde, Sinop e Rondonópolis, todos em Mato Grosso, também causam impacto: mais de 93% da população urbana nessas cidades estão em ruas arborizadas.
Cidades de médio porte tem se mostrado notáveis. Maringá, no Paraná, apresenta 98,6% de cobertura arbórea em suas ruas urbanas. Londrina, com 97,1%, vem logo atrás, seguida por Uberlândia com 91,6%, e Campinas com 84,5%.
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