Polícia Civil faz operação contra banqueiros e executivos em SP


Justiça autorizou também sequestro de bens que somam quase R$ 500 milhões. Segundo a polícia, o grupo empresarial desviou ativos de brasileiros para offshore e não devolveu. Viaturas da Polícia Civil de São Paulo.
Divulgação/GESP
A Polícia Civil de São Paulo faz uma operação nesta quarta-feira (23) contra banqueiros e executivos. A Justiça autorizou o sequestro de bens que somam quase R$ 500 milhões. Segundo a polícia, o grupo empresarial desviou ativos de brasileiros para offshore e não os devolveu.
Os alvos dos policiais são os endereços do banqueiro Nelson Nogueira Pinheiro e dos irmãos dele, o banqueiro Noberto Nogueira Pinheiro e o administrador Jaime Nogueira Pinheiro Filho.
Os três são sócios da empresa MRCP Participações S/A. A justiça paulista autorizou a apreensão de obras de arte, joias, dinheiro em espécie, documentos, celulares e computadores.
Mais de 50 policiais também cumprem mandados de busca e apreensão na casa de diretores de empresas ligada à Nelson Nogueira Pinheiro na operação Floresta Devastada.
A 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens decretou ainda o arresto e sequestro de bens de ativos financeiros, bens móveis e imóveis e participações societárias até o limite do momento de R$ 469.098.000 de 16 pessoas e 19 empresas – entre elas o banco panamenho FPB Bank Inc (que sofreu intervenção pelas autoridades do Panamá), a empresa Brickell Participações S/A (que foi liquidada pelo Banco Central do Brasil) e a Ducoco Produtos Alimentícios SA (que foi vendida para Malibu Holding SA – uma operação questionada na Justiça), segundo os investigações.
De acordo com a Polícia Civil de São Paulo, há indícios da prática dos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A investigação começou em 2023 depois de uma determinação do juiz da 1ª Vara de Falência e Recuperações Judiciais para investigar uma suspeita de fraude no pedido de recuperação extrajudicial de uma das empresas de Nelson Nogueira Pinheiro, a Brickell Participações S/A.
Para o Ministério Público de São Paulo, há indícios de desvio e ocultação de ativos para prejudicar os credores além de manobras societárias visando blindagem patrimonial.
Segundo as investigações da Polícia de SP, o FPB Bank, que integrava o Grupo Brickell, teria transferido investimentos de clientes, sem autorização, para uma offshore em Belize. Esses ativos nunca foram devolvidos para os donos.
Ainda de acordo com as investigações, esses ativos são de empresários que decidiram com o programa de Repatriação, lançado em 2016 – que permitiu declarar à Receita Federal dinheiro de origem lícita, com o benefício de pagar uma alíquota menor de multa e imposto de renda, reaver todo o dinheiro.
Duas das vítimas, que procuraram a polícia, relataram que o prejuízo chega a quase R$ 130 milhões.
Ainda não conseguimos contato com a defesa dos investigados.
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