A disparada nos preços do minério de ferro no mercado internacional traz um respiro para a economia brasileira, com impactos positivos especialmente para o estado do Pará, onde a gigante Vale concentra suas operações. Nesta terça-feira (23), os contratos futuros do minério de ferro na Bolsa de Dalian, na China, alcançaram a maior cotação em quase três semanas, fechando o dia com alta de 2,11%, a 727,5 iuanes (US$ 99,73) por tonelada.
Durante a sessão, segundo divulgação feita pela CNN Brasil, os preços chegaram a 731 iuanes, maior patamar desde 3 de abril. Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência para maio também subiu 1,61%, atingindo US$ 100,2 por tonelada.
O avanço é impulsionado por uma combinação de fatores: o fortalecimento da demanda sazonal por aço na China — principal destino das exportações da Vale, que vende 100% de sua produção para o mercado chinês — e as esperanças de alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China. A produção de aço chinesa segue em alta, e a demanda por materiais de construção no país se recupera, conforme aponta a corretora Galaxy Futures.
“O aumento das compras pelas usinas e a redução das importações esgotaram os estoques de minério de ferro”, destacou a ANZ, enquanto a consultoria Mysteel relatou uma queda de 5% nos estoques de cinco principais produtos de aço-carbono até 17 de abril, reflexo da demanda doméstica resiliente.
O cenário global também foi favorecido por sinais de diálogo entre as duas maiores economias do mundo. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que as tensões comerciais com a China devem ser atenuadas, embora as negociações sejam um “trabalho árduo” ainda em fase inicial. Já o presidente Donald Trump demonstrou otimismo, sugerindo que os avanços podem levar a uma redução significativa das tarifas impostas ao país asiático.
Para o Brasil, a alta do minério de ferro é uma notícia bem-vinda em meio a desafios econômicos. O Pará, principal polo de extração da Vale, sente diretamente os benefícios, com o aumento das receitas de exportação fortalecendo a economia local. No entanto, analistas alertam que a recuperação do setor imobiliário chinês, um dos grandes consumidores de aço, ainda é incerta, o que pode limitar ganhos futuros.
Enquanto isso, a Vale e o Brasil acompanham de perto as movimentações no mercado global, cientes de que o minério de ferro segue como um pilar crucial para a balança comercial do país.
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