A Polícia Civil de Goiás indiciou os donos de uma creche particular de Goiânia por maus-tratos após denúncias de que bebês eram trancados em um quarto escuro, sem acesso a comida ou água. De acordo com o relatório policial, as crianças eram levadas para o local como forma de punição quando choravam, permanecendo ali até que adormecessem ou cessassem o choro.
O inquérito foi concluído no dia 20 de janeiro de 2025. A investigação teve início após uma denúncia feita por Ingrid Gabriella Lima Barcelos, mãe de uma das crianças atendidas na instituição, em 12 de dezembro de 2024.
“No calor, as crianças só bebiam água quente. Eles serviam sopa todo dia na hora do almoço. Na janta, davam sopa batida. Se uma criança estivesse dormindo na hora do almoço ou da janta, ela não comia”, contou a mãe.
Ex-funcionários e familiares relataram às autoridades que o quarto utilizado para o isolamento das crianças era mantido sem iluminação, e que o castigo era prática recorrente entre os responsáveis pelo local. A Polícia Civil reuniu depoimentos e outras evidências que sustentaram o indiciamento por maus-tratos, crime previsto no artigo 136 do Código Penal Brasileiro.
Em nota enviada à imprensa, a defesa dos donos da creche informou que está analisando os detalhes do caso e que “irá enviar um posicionamento oficial assim que possível”.
A atual administração do berçário, por sua vez, declarou que assumiu a gestão do espaço há cerca de dois meses e que os novos proprietários “não têm qualquer vínculo com a administração anterior e nem com os fatos mencionados pela polícia”.
A Polícia Civil não divulgou os nomes dos indiciados. O Ministério Público de Goiás deve avaliar a denúncia para decidir sobre o oferecimento da ação penal.
Do Ver-o-Fato, com informações do G1
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