A cobertura 4G ou 5G em áreas rurais do Brasil passou de 18,7% para 33,9% entre 2023 e 2024, segundo a nova edição do Indicador de Conectividade Rural (ICR), lançada nesta semana pela associação ConectarAGRO. O levantamento também revela que a proporção de imóveis rurais com cobertura em toda a área produtiva saltou de 37,4% para 48,1%.
Apesar do crescimento expressivo na infraestrutura de rede, o índice médio nacional por município teve avanço mais modesto, subindo de 0,455 para 0,493 no período. O ICR é calculado com base em dados públicos, como o Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SICAR) e informações de cobertura da Anatel.
A expansão foi mais acentuada nas regiões Sul e Sudeste e se concentrou em corredores logísticos, como os trechos da BR-153 (Goiás e Tocantins) e da BR-158 (Mato Grosso do Sul). Esses eixos se tornaram vetores de cobertura, beneficiando pequenas propriedades que dependem da conectividade para adotar tecnologias de agricultura de precisão e gestão remota.
A atualização do ICR reflete também mudanças no CAR, que passou a incluir mais imóveis formalizados após a entrada em vigor da Lei do Georreferenciamento. Isso conferiu maior precisão ao mapeamento da conectividade em áreas rurais.
Segundo Paola Campiello, presidente da ConectarAGRO, o índice de cobertura móvel em áreas rurais aponta para uma digitalização consistente do campo, mas ainda marcada por desigualdades. “Áreas com baixa cobertura enfrentam dificuldades para adotar tecnologias como IoT, limitando o potencial produtivo, sobretudo entre pequenos e médios produtores”, afirmou.
ConectarAGRO no novo IBC da Anatel
O ICR também passou a integrar o cálculo do Índice Brasileiro de Conectividade (IBC), coordenado pela Anatel e atualizado em abril de 2025. Uma nova variável foi incorporada ao IBC com base em metodologia da ConectarAGRO, representando 68% da estrutura do ICR. Combinada à variável de infraestrutura, o componente rural do IBC atinge 81,2% de peso no novo índice.
A inclusão dessa métrica permite um acompanhamento mais preciso da cobertura em áreas agrícolas, subsidiando políticas públicas voltadas à saúde, educação e produção no campo, defende a entidade. (Com assessoria de imprensa)
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