Dentro do Centro Espacial Kennedy da NASA, na Flórida, cientistas acabam de colher a alface romana ‘Outredgeous’ cultivada no Advanced Plant Habitat, um laboratório terrestre especializado. Esta colheita faz parte do controle de solo do experimento Plant Habitat-07, enviado à Estação Espacial Internacional (ISS) em novembro de 2024, durante a missão de reabastecimento CRS-31 da SpaceX.
Segundo um comunicado da agência espacial norte-americana, o estudo busca entender como a umidade afeta o crescimento das plantas na microgravidade. Ele investiga também o conteúdo de nutrientes e o microbioma das plantas, informações essenciais para a criação de alimentos saudáveis e seguros para astronautas em missões espaciais de longa duração.
Essa pesquisa é uma continuação dos experimentos feitos desde 2014, quando a mesma alface foi cultivada pela primeira vez na ISS. O Plant Habitat-07 amplia o uso do Advanced Plant Habitat, ajudando a entender melhor como as plantas se adaptam às condições do espaço. As descobertas podem apoiar futuras missões à Lua, Marte e além, além de trazer benefícios para a agricultura na Terra.

Primeiro tomate cultivado no espaço se perdeu na estação espacial
Além das alfaces, outro experimento de agricultura espacial ocorreu em março de 2023, quando o astronauta Frank Rubio colheu o primeiro tomate cultivado no espaço. O experimento, iniciado quatro meses antes, com a missão CRS-26 da SpaceX, também fazia parte do projeto da NASA de desenvolver um sistema contínuo de produção de alimentos frescos fora da Terra. No entanto, algo inusitado aconteceu: pouco após a colheita, o tomate desapareceu misteriosamente.
Quando voltou à Terra, Rubio explicou em entrevista que havia colocado o tomate em um saquinho para mostrá-lo a estudantes em um evento, mas o vegetal simplesmente sumiu. Clique aqui para saber como terminou esta história.

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China colhe arroz cultivado no espaço – e ele é mais doce
E não é somente a NASA que tem investido em cultivar alimentos no espaço. Em 2022, seis sementes de arroz foram enviadas à estação espacial Tiangong, da China. Ao longo de 180 dias, taikonautas (designação para astronautas da China) da missão Shenzhou-14 conduziram experimentos com esses grãos, cultivando 59 sementes em órbita a partir deles.
Ao retornarem para a Terra, algumas foram selecionadas para cultivo em uma sala de clima controlado, e o processo gerou cerca de 10 mil sementes adicionais, que foram plantadas em campos agrícolas para uma colheita em maior escala.
Zheng Huiqiong, pesquisadora do Centro de Excelência em Ciências Moleculares de Plantas da Academia Chinesa de Ciências, que lidera os estudos com o chamado “arroz espacial”, revelou à agência de notícias Xinhua as descobertas iniciais sobre as gerações resultantes. Uma delas é que esse arroz é “mais doce” – saiba mais aqui.
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