Há 28 anos, em 2 de maio de 1997, morria o filósofo e educador pernambucano Paulo Freire, vítima de infarto no miocárdio. Ele dedicou anos à criação de métodos inovadores de educação, com foco em transformar a sociedade e se consolidar uma referência mundial.
Na sua trajetória, era reconhecido mundialmente por possuir títulos em 41 instituições de ensino, como nas universidades de Harvard, Cambridge e Oxford.
Em livros como “Pedagogia do Oprimido”, o autor defende que a educação faz parte do processo de conscientizar o povo e levá-lo ao senso crítico.
As ações do educador, no entanto, são vistas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como uma “afronta”. O filósofo e escritor Luiz Felipe Pondé destaca que os bolsonaristas somente pensam em guerra e não refletem sobre o que é realmente importante, de acordo com entrevista à TV Cultura.
“Os bolsonaristas só pensam em guerra cultural, então isso está relacionado com escola, que automaticamente vai para Paulo Freire, que seguramente pensou a educação da criança para a frente, no sentido de formação”, explicou.
Pondé entende Freire como marxista. O termo se refere a um sistema de análise socioeconômica que se baseia na interpretação materialista da história e na luta de classes, com princípio de que haja argumentos para as defesas.
“O bolsonarismo inviabilizou qualquer reflexão sobre educação e cultura séria que não seja agregada à esquerda”, afirma.
Briga freiriana
Os conhecimentos deixados por Freire podem ser vistos inclusive em discussões políticas. Quando a influenciadora Jojo Todynho, por exemplo, assumiu ser apoiadora da direita brasileira, a deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) utilizou argumentos freirianos.
“Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor”, disse a parlamentar, citando trecho da obra “Pedagogia do Oprimido”.
Nas redes, Jojo rebateu e questionou a postura de Hilton.
A parlamentar respondeu: “não estou te oprimindo, querida, aprenda a interpretar um texto, conheça Paulo Freire”.
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