Cientistas descobrem o que provocou a fratura em formato de cobra na Via Láctea

No centro da Via Láctea existe algo que intriga os cientistas há anos: uma fratura em um formato de cobra. Agora, astrônomos acreditam ter descoberto o que provocou essa fratura com incríveis 230 anos-luz de extensão.

Segundo pesquisadores, um pulsar – uma estrela de nêutrons em rápida rotação – teria colidido com o filamento em alta velocidade.

A descoberta, divulgada recentemente pela NASA e publicada na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, combina dados do observatório espacial Chandra, do radiotelescópio sul-africano MeerKAT e do Very Large Array, nos Estados Unidos.

Estrela de nêutrons no espaço
Estrelas de nêutrons são minúsculas e extremamente quentes (Imagem: NASA Goddard/YouTube)

Colisão provocou mais do que fratura na Via Láctea

  • Oficialmente chamada de G359.13142-0.20005, essa estrutura é uma das mais longas e brilhantes da região central da Via Láctea.
  • Imagens de raio-x indicam que um pulsar, remanescente de uma supernova, teria atravessado o filamento a mais de 1 milhão de km/h, provocando a rachadura.
  • Além da fratura visível, os cientistas notaram alterações no sinal de rádio e no campo magnético local, efeitos possivelmente causados pela passagem do pulsar.

O que são os filamentos da Via Láctea, e por que esse é especial?

Filamentos como a “cobra” são estruturas gigantescas e brilhantes visíveis em ondas de rádio, localizadas ao redor do centro da galáxia. Elas são formadas por partículas que se movem por meio de campos magnéticos paralelos, criando padrões luminosos.

A Via Láctea brilhando acima do Telescópio Víctor M. Blanco de 4 metros (que foi usado na descoberta da galáxia) no CTIO - CTIO/NOIRLab/NSF/AURA/D. Munizaga
A Via Láctea brilhando acima do Telescópio Víctor M. Blanco de 4 metros (que foi usado na descoberta da galáxia Aquarius III). Crédito: CTIO/NOIRLab/NSF/AURA/D. Munizaga

Apesar de existirem dezenas dessas formações, ainda não se sabe ao certo por que algumas são mais longas ou mais brilhantes que outras.

“A cobra” chamou atenção por seu comprimento e intensidade, além de exibir uma fratura notável que intrigava os cientistas.

Ao sobrepor dados dos observatórios Chandra, MeerKAT e VLA, os astrônomos perceberam que bem no local da quebra havia uma fonte de emissão intensa: um pulsar extremamente veloz.

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“Essa descoberta mostra como até mesmo uma estrela morta pode sacudir a estrutura da galáxia”, afirmou a equipe da NASA em comunicado.

Como o pulsar causou o impacto

Segundo o site Mashable, estrelas de nêutrons como essa se formam após explosões de supernova e são conhecidas por seus campos magnéticos intensos e altíssima densidade.

Conceito artístico de um pulsar no Universo, elaborado com Inteligência Artificial. Crédito: Flavia Correia via DALL-E/Olhar Digital

O pulsar em questão gira rapidamente, emitindo radiação como um farol cósmico. A colisão teria distorcido o campo magnético da “cobra” e criado um rastro de partículas aceleradas, como elétrons e pósitrons, que também seriam responsáveis pela emissão extra de raios-x na região.

Os cientistas estimam que esse pulsar esteja se deslocando entre 1 milhão e 2 milhões de milhas por hora. Mesmo após a explosão que o originou, ele continua provocando efeitos notáveis nas estruturas ao seu redor – como no caso desse filamento galáctico.

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