
Assim que um cardeal é eleito papa, ele deixa a Capela Sistina por uma porta lateral e entra em um pequeno cômodo reservado: a Sala das Lágrimas. É ali, longe dos olhares do mundo, que ele veste a batina branca pela primeira vez e tem alguns minutos para se preparar antes de ser apresentado como o novo pontífice.
A sala, discreta e sem grandes luxos, tem apenas o essencial: uma mesa, algumas cadeiras, um cabideiro, um pequeno sofá e uma janela com cortina. Três batinas de tamanhos diferentes ficam à espera do novo papa, que escolhe a que melhor se ajusta ao corpo.
O nome do local vem da emoção sentida por muitos eleitos naquele momento. Há relatos de lágrimas derramadas por papas recém-escolhidos, como Gregório XIV, no século 16, tomado pelo peso da responsabilidade.
Segundo o mestre de cerimônias do Vaticano, monsenhor Marco Agostini, o que acontece ali vai além da troca de roupa. É o instante em que o cardeal entende que sua vida mudou para sempre. “Ali o papa toma consciência do que se tornou”, disse ele à mídia vaticana.
Depois desse momento íntimo, o novo papa volta à Capela Sistina já vestido de branco. Em seguida, segue para a sacada da Basílica de São Pedro, onde é anunciado ao mundo com a frase: Habemus Papam – “Temos um papa”.
A Sala das Lágrimas não é aberta ao público. Mas segue sendo considerado um espaço simbólicos para o Vaticano.