Um asteroide com dimensões comparáveis ao Morro do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro (que tem 390 metros) – vai passar relativamente perto da Terra nesta sexta-feira (9). Por volta das 8h da manhã (pelo horário de Brasília), o objeto espacial vai cruzar o céu a cerca de 4,2 milhões de quilômetros da Terra.
Isso equivale a quase 11 vezes a distância entre a Terra e a Lua, sendo considerado próximo em termos astronômicos. Embora pareça muito (e de fato é), essa distância está dentro do limite de 7,5 milhões de km usado pela NASA para classificar corpos como “objetos próximos da Terra” (NEOs).
De acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA), esse asteroide, batizado de 612356 (2002 JX8), tem tamanho estimado entre 250 e 600 metros e, segundo a NASA, deve variar em torno de 290 metros.

O astrônomo Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital, explica essa diferença. “A estimativa do tamanho de um asteroide pode variar bastante porque geralmente é baseada no brilho e não se conhece o albedo (reflectividade) do asteroide”, disse o especialista, completando que o tamanho de 290 metros deve ter sido determinado considerando o albedo médio de asteroides semelhantes.
Devido ao tamanho, o objeto entra também na categoria de “potencialmente perigoso” – que é atribuída a rochas com mais de 150 metros de largura. Embora o nome assuste, não indica ameaça imediata. Esses asteroides apenas entram em uma lista de monitoramento mais cuidadosa, com cálculos detalhados de suas trajetórias. No caso do 612356 (2002 JX8), ele está completamente fora de rota de colisão.

Quem quiser ver o asteroide em tempo real pode acompanhar a transmissão online programada pelo Projeto Telescópio Virtual, da Itália. A exibição será ao vivo e gratuita, no canal do projeto no YouTube, a partir das 17h30 desta quinta-feira (8), quando ele estiver se aproximando.
E se este asteroide atingisse a Terra?
Se um objeto como o asteroide 612356 (2002 JX8) colidisse com a Terra, o impacto seria devastador. A energia liberada seria comparável a dezenas de milhares de bombas atômicas, abrindo uma grande cratera, levantando poeira, gerando incêndios e uma onda de choque que causaria uma destruição em larga escala, capazes de afetar países inteiros.
Para termos uma noção, podemos pegar como exemplo o asteroide que caiu em Chelyabinsk, na Rússia, em 2013. Embora tivesse menos de 20 metros de diâmetro, foi capaz de ferir mais de 1.500 pessoas. Um objeto com 290 metros, mesmo que pareça “apenas” 14 vezes maior, seria cerca de três mil vezes mais massivo e mais devastador que Chelyabinsk, ou seja, causaria danos significativamente mais sérios.

Apesar de não haver risco de colisão com a Terra, eventos como esse mostram a importância da defesa planetária. Um simples deslize nos cálculos ou uma alteração sutil na trajetória do objeto pode causar um desastre. Por isso, o monitoramento constante é essencial para a nossa segurança.
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Veja objetos próximos da Terra em tempo real
Diariamente, o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA disponibiliza um painel online informando quais são os cinco próximos asteroides que passarão perto da Terra. Nele, há uma ferramenta que permite monitorar NEOs em tempo real.
É possível acompanhar a localização exata de milhares de asteroides e cometas, as próximas cinco aproximações da Terra e explorar missões passadas, presentes e futuras a NEOs.
Esta visualização interativa usa dados do Centro de Estudos de Objetos Próximos da Terra (CNEOS) do JPL, que calcula órbitas de alta precisão para NEOs em apoio ao Escritório de Coordenação de Defesa Planetária da NASA.
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