Uma nova ferramenta de inteligência artificial chamada FaceAge, desenvolvida por pesquisadores do hospital Mass General Brigham, em Boston, promete transformar a forma como médicos avaliam a saúde dos pacientes.
A tecnologia, ainda em fase de testes, é capaz de estimar a idade biológica de uma pessoa com base apenas em uma fotografia — como uma selfie. Diferentemente da idade cronológica, a idade biológica reflete o estado geral de saúde e pode ajudar médicos a decidir qual o tratamento mais adequado para cada paciente.
A estimativa da idade biológica é especialmente relevante em casos complexos, como o tratamento de câncer, onde a resistência do paciente pode ser determinante para o sucesso da terapia.
Em um estudo com mais de 6.000 pacientes oncológicos, o FaceAge concluiu que os rostos dos pacientes indicavam, em média, cinco anos a mais do que sua idade real — e que essa diferença estava ligada à probabilidade de sobrevivência.
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FaceAge na prática: como a IA pode ajudar médicos
- Precisão aumentada: Combinado a dados clínicos, o FaceAge ajudou médicos a acertarem em até 80% das previsões de sobrevida, contra 61% usando apenas fotos.
- Exemplo clínico: Um paciente de 86 anos com câncer foi tratado com base na impressão visual do médico. Anos depois, o FaceAge confirmou: a idade biológica do homem era cerca de 10 anos mais jovem — e ele segue saudável aos 90.
- Apoio, não substituição: O objetivo é complementar a avaliação médica com dados mais objetivos, não substituir a análise humana.
Apesar dos bons resultados iniciais, os criadores do FaceAge admitem que a tecnologia ainda precisa evoluir.
O algoritmo, por exemplo, deve aprender a lidar com variações como iluminação, maquiagem, tom de pele e cirurgias estéticas. Também será necessário garantir que seu uso siga princípios éticos rígidos, com foco exclusivo no benefício ao paciente — e não em interesses de seguradoras ou empresas.

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