O Sistema Único de Saúde (SUS) vai ampliar o tratamento oferecido a pessoas com Alzheimer. A partir de agora, o medicamento donepezila, antes restrito a casos leves e moderados, também será disponibilizado para pacientes com a forma grave da doença.
A ampliação foi oficializada nesta quinta-feira (15) e divulgada pelo Ministério da Saúde. A donepezila atua na preservação das funções cognitivas e da capacidade funcional de pacientes com Alzheimer.
Com a nova diretriz, o medicamento poderá ser utilizado isoladamente ou em combinação com a memantina, já oferecida pelo SUS para quadros graves. Em 2023, mais de 58 mil pessoas fizeram uso da combinação entre os dois medicamentos.
Ampliação vai beneficiar milhares de novos pacientes
- A decisão surgiu durante a revisão do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Doença de Alzheimer, conduzida pelo Ministério da Saúde.
- A expectativa é que cerca de 10 mil novos pacientes sejam beneficiados já no primeiro ano da ampliação.
- Segundo Fernanda De Negri, secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde, a medida reflete um compromisso com a inovação e a dignidade no cuidado de uma população cada vez mais envelhecida.
- “Reafirmamos a importância de políticas públicas baseadas em evidência, que respondem aos desafios do envelhecimento com qualidade e equidade”, afirmou.
Leia mais:
- Como o Alzheimer afeta o corpo e o cérebro do ser humano?
- 5 sinais na fala que podem indicar Alzheimer
- Quem foi pessoa mais jovem já diagnosticada com Alzheimer?

Importância da donepezila no tratamento
Estudos analisados pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS) mostram que a continuidade do uso da donepezila pode aliviar sintomas como apatia, confusão mental e agitação — comuns nos estágios mais avançados da doença — e até adiar a necessidade de institucionalização.
Além da donepezila, o SUS também oferece memantina (para casos graves), rivastigmina e galantamina (para quadros leves e moderados), conforme previsto no PCDT.
O tratamento vai além dos medicamentos, com ações de cuidado multidisciplinar, terapias não medicamentosas e suporte psicossocial a pacientes e familiares.
O atendimento a pessoas com Alzheimer é realizado por equipes especializadas em centros de referência e, quando necessário, também no domicílio, por meio do programa Melhor em Casa.
Entre janeiro e março de 2025, foram registrados mais de 7 milhões de atendimentos ambulatoriais e 576 hospitalizações relacionadas à doença no país.

O post SUS amplia arsenal contra Alzheimer com novo medicamento para quadros graves apareceu primeiro em Olhar Digital.