Em uma ação cinematográfica que expõe a crescente ousadia do narcotráfico nos céus da Amazônia, um avião de pequeno porte carregado com cerca de 200 kg de skunk foi interceptado e forçado a pousar sob tiros de um caça da Força Aérea Brasileira (FAB) na tarde desta quinta-feira (15), em uma área rural de Altamira, no Pará. O caso, que terminou com a aeronave em chamas e os traficantes em fuga, é mais um capítulo da escalada de operações ilícitas que desafiam as autoridades na região, onde episódios como este se tornam alarmantemente frequentes.
A aeronave, que sobrevoava a região conhecida como Travessão do Cajueiro, foi avistada pelas forças federais ainda no espaço aéreo brasileiro. Monitorada pela FAB, ela foi perseguida até Altamira, onde os pilotos, acuados, realizaram um pouso forçado em meio à mata densa. Em um ato calculado para apagar evidências, os traficantes incendiaram o avião antes de desaparecerem na floresta, deixando para trás uma cortina de fumaça visível a quilômetros de distância.
A ousadia dos criminosos impressiona. Mesmo sob a mira de caças da FAB, eles tentaram escapar, desafiando os protocolos de interceptação. Segundo a Polícia Federal, parte da carga de skunk foi recuperada das chamas e encaminhada à Delegacia de Santarém para análise. No entanto, nenhum suspeito foi capturado, evidenciando a dificuldade de conter o narcotráfico em uma região marcada por vastas áreas de difícil acesso.
Moradores da região, atônitos, relataram o espetáculo no céu: aviões da FAB e um helicóptero da PF cortavam o ar antes da queda. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram os destroços em chamas e uma fumaça espessa subindo da vegetação.
Em um dos registros, uma voz narra o momento em que agentes da FAB orientavam curiosos a se afastarem, enquanto buscavam sobreviventes e avaliavam a carga ilícita. Testemunhas locais afirmam que disparos de um caça atingiram a aeronave, forçando o pouso.
Casos como este não são isolados. A Amazônia, com sua vasta extensão e rotas aéreas pouco fiscalizadas, tornou-se um corredor estratégico para o tráfico de drogas. A frequência de interceptações de aeronaves carregadas com entorpecentes reflete a audácia de quadrilhas que operam com táticas cada vez mais sofisticadas, desafiando as forças de segurança.
A Polícia Federal segue investigando o caso, mas a fuga dos ocupantes do avião reforça a complexidade do combate ao crime organizado na região. Enquanto as chamas do avião consumiam evidências em Altamira, uma certeza pairava: a guerra contra o narcotráfico nos céus da Amazônia está longe de acabar.
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