China compartilha amostras da Lua, mas lei dos EUA impede cientistas da Nasa de estudá-las

A China começou a distribuir amostras da Lua coletadas pela missão Chang’e 5 em 2020 a pesquisadores de diversos países, incluindo Etiópia, Reino Unido, Rússia e EUA. No entanto, uma lei americana tem dificultado a participação de cientistas financiados pela Nasa (Aministração Nacional da Aeronáutica e Espaço, da sigla em inglês), de acordo com o site Space.com.

O geólogo planetário Mahesh Anand, da Open University, no Reino Unido, foi um dos primeiros estrangeiros a receber oficialmente 60 miligramas do material lunar chinês, que totaliza 1.731 gramas. Já nos Estados Unidos, o único pesquisador autorizado a analisar uma amostra foi Timothy Glotch, da Stony Brook University, que precisou recorrer a financiamento privado da própria universidade, já que recursos públicos estão vetados por lei.

A Terra vista da superfície da Lua, imagem registrada pela missão Apollo 17 (Foto: WikiCommons)

Essa limitação é imposta por uma medida aprovada em 2011 pelo Congresso dos EUA, conhecida como Emenda Wolf. Ela proíbe qualquer colaboração bilateral patrocinada pelo estado entre a Nasa e a Administração Espacial Nacional da China (CNSA), incluindo o financiamento de projetos envolvendo cientistas chineses ou materiais fornecidos por missões do país asiático.

“A Emenda Wolf impede a Naasa de financiar pesquisas com as amostras da missão Chang’e 5”, destacou o site. Ainda assim, a equipe de Glotch, que inclui cientistas da Universidade Estadual de San Francisco e da Universidade de Hong Kong, conseguiu receber parte do material lunar chinês com a condição de que todo o projeto fosse custeado com recursos privados.

As amostras foram coletadas na região de Mons Rümker, uma antiga área vulcânica no Oceano das Tempestades. Glotch pretende aquecer a amostra e comparar os dados térmicos obtidos com mapas infravermelhos da superfície lunar, o que pode permitir novas descobertas sobre a composição e a atividade vulcânica da Lua ao longo do tempo.

Pesquisadores chineses já constataram que o material da Chang’e 5 é bilhões de anos mais jovem do que os fragmentos trazidos pelas missões Apollo norte-americanas, o que indica que a Lua permaneceu vulcanicamente ativa por muito mais tempo do que se pensava — possivelmente até 120 milhões de anos atrás.

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