A Polícia Militar do Amazonas (PMAM) interrompeu um evento inusitado no bairro Praça 14 de Janeiro, zona sul de Manaus: o “2º Torneio Futconha”, uma competição de futsal amador que oferecia porções de maconha como premiação aos times vencedores.
A partida acontecia por volta das 23h da última quarta-feira(14), em uma quadra no conjunto habitacional Prosamim. Segundo a PM, o evento foi descoberto após uma denúncia anônima e, imediatamente, uma equipe da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) foi enviada ao local, encerrando o torneio antes da premiação.
“Premiação criativa”, mas ilegal
De acordo com a polícia, um cartaz do torneio circulava nas redes sociais e trazia, de forma disfarçada, os prêmios que seriam oferecidos. Usando apelidos como “pacotes de internet”, a organização prometia:
- 1º lugar: 40g de maconha
- 2º lugar: 5g de maconha + combo de bebida alcoólica
- 3º lugar: R$ 50 em dinheiro + combo de sanduíches
Os times participantes também chamavam atenção pelos nomes sugestivos, com referências diretas ao consumo de cannabis, como “Só Brasa”, “Verde Esperança”, “Chapada Seleção” e “Real Biqueira”.
Torneio com “responsabilidade social”?
Apesar da temática ligada ao tráfico de drogas, os organizadores tentaram disfarçar o evento com um apelo solidário: para participar, cada equipe precisava doar 2 kg de alimentos não perecíveis, que seriam destinados a famílias em situação de vulnerabilidade social.
A tentativa de camuflar o crime, no entanto, não convenceu as autoridades. A PM informou que, embora nenhuma droga tenha sido encontrada no local, tudo indica que a entrega dos “prêmios” seria feita posteriormente, em outro ponto, justamente para evitar flagrantes.
A investigação continua
A Polícia Militar registrou o caso e vai repassar as informações à Polícia Civil para identificação e responsabilização dos organizadores. Apesar do tom “festivo” da competição, o evento pode ser enquadrado em crimes ligados ao tráfico de drogas, apologia ao uso de entorpecentes e associação criminosa.
Reflexo de uma realidade preocupante
O caso, que rapidamente viralizou nas redes sociais, chama atenção não apenas pelo inusitado, mas também por revelar a criatividade com que o tráfico tenta normalizar o consumo de drogas entre jovens. O uso de esportes e ações sociais como fachada agrava a situação e desafia ainda mais o trabalho das forças de segurança.
Enquanto isso, os alimentos arrecadados, que seriam destinados à doação, foram recolhidos pela polícia e devem ser entregues a instituições de caridade, em parceria com a assistência social do estado.
O caso segue sob investigação.
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