Em um vídeo carregado de indignação e dor, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Polícia Civil do Estado do Pará (Sindpol-PA), Ednaldo Santos, faz um apelo ao governador Helder Barbalho, cobrando ações imediatas contra a violência que tem ceifado a vida de policiais civis no estado. Gravado para convocar servidores e policiais a comparecerem à missa de sétimo dia do policial civil Ediel, brutalmente assassinado com 12 tiros por membros de uma facção criminosa no último sábado, o pronunciamento de Santos é um grito de revolta e um clamor por justiça.
“Nossos policiais estão sendo caçados!”, denuncia Santos, com a voz embargada pela emoção. Ele destaca que a morte de Ediel não é um caso isolado, mas parte de uma onda de violência que vitima agentes de segurança pública no Pará simplesmente por desempenharem suas funções. “Até quando vamos chorar nossos entes queridos? Até quando a sociedade vai sofrer essas perdas?”, questiona.
O líder sindical aponta uma disparidade gritante no tratamento dado pelo governo. Segundo ele, quando um agente de segurança comete um desvio de conduta, o governo é rápido em usar as redes sociais para anunciar afastamentos e investigações. No entanto, quando um policial tem a vida cruelmente ceifada, o silêncio predomina.
“Queremos tratamento isonômico!”, exige Santos. “Se Vossa Excelência vai às redes sociais para punir, também deve ir para apoiar os agentes de segurança e repudiar essas agressões injustas.”
Ele reforça que a Polícia Civil já possui um plano estratégico para combater facções criminosas, mas esbarra na falta de recursos financeiros, escassez de efetivo e na ausência de um concurso público para reforçar o quadro.
Santos propõe a criação de uma força-tarefa envolvendo todos os órgãos de persecução penal do estado: Secretaria de Segurança Pública, Poder Judiciário, Ministério Público, Polícia Militar, Administração Penitenciária e a Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa. “É preciso tomar as rédeas da situação!”, clama, alertando que, sem medidas urgentes, os policiais e a sociedade continuarão “sucumbidos ao mais completo abandono”.
O presidente do Sindpol-PA também agradece o apoio do delegado-geral, do delegado-geral adjunto e dos policiais que se solidarizaram com a perda de Ediel, descrito não apenas como um servidor, mas como um “irmão” cuja vida foi tirada de forma “brutal e inaceitável”. “Não podemos nos calar diante dessa aberração e nos render ao crime organizado”, enfatiza.
Por fim, Santos reforçava o convite aos servidores para a missa de sétimo dia de Ediel, ocorrida ontem, e encerra com uma mensagem de resistência: “Somos fortes porque somos do Norte! A luta continua!”
O Ver-o-Fato enviou pedido de manifestação do governo estadual sobre a manifestação do Sindpol PA e aguarda a posição do Executivo. O espaço está aberto.
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