
A morte do adolescente Diogo Silva Albuquerque, de 12 anos, gerou revolta e acusações de negligência por parte da família contra o Hospital Geral de Feijó, no interior do Acre.
O jovem faleceu no último domingo (18), após ser diagnosticado com sepse associada a celulite, causada por um ferimento na perna.
A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) lamentou o ocorrido, mas negou qualquer omissão ou atraso no atendimento médico prestado ao paciente.
Segundo a mãe do garoto, Isaquilene de Souza, o filho se machucou ao andar de bicicleta no dia 11 de maio e foi levado ao hospital por um tio.

De acordo com o relato dela, o menino recebeu apenas uma sutura no ferimento e foi liberado para retornar para casa, sem a realização de exames ou prescrição de medicamentos adequados.
Para a mãe, o adolescente deveria ter sido mantido sob observação e iniciado um tratamento mais rigoroso desde o primeiro atendimento.
Nos dias seguintes, o quadro clínico de Diogo se agravou. Ele sentia dores intensas na perna, febre alta e apresentava episódios de vômito. Mesmo utilizando os medicamentos receitados, os sintomas não regrediram.
Na segunda-feira (12), ao levá-lo a uma unidade básica de saúde para troca de curativo, a equipe percebeu a gravidade do estado de saúde do menino e recomendou retorno imediato ao hospital.
Ainda conforme a mãe, mesmo com as dores e o inchaço, o jovem demorou a ser atendido na nova visita à unidade hospitalar.
Isaquilene afirmou, em entrevista ao g1, que insistiu pela internação do filho e pela realização de exames, mas ele recebeu apenas medicação para aliviar os sintomas, como injeção para vômito e analgésicos.
Na terça-feira (13), após mais uma noite de sofrimento, a mãe voltou ao posto de saúde, onde a equipe médica teria solicitado exames com urgência e indicado novos medicamentos.

Isaquilene relatou que precisou ir à Secretaria de Saúde do município para conseguir as injeções, que foram aplicadas ainda na unidade de saúde. Os profissionais também pediram exames particulares para investigar a infecção.
A situação continuou a piorar ao longo da semana. Na sexta-feira (16), a mãe solicitou encaminhamento para o Hospital Geral do Juruá, em Cruzeiro do Sul.
Segundo ela, o pedido só começou a ser atendido naquela data, mesmo após vários dias de idas e vindas às unidades de saúde. Ela também afirmou que exames realizados ainda em Feijó indicaram infecção generalizada, mas os resultados não foram repassados oficialmente à família.
No sábado à noite (17), a equipe médica iniciou o processo de transferência. Isaquilene relatou que o filho precisou ser reanimado antes de viajar e que ela assinou autorização para o uso de aparelhos respiratórios, sob a promessa de que isso salvaria a vida do menino.
Diogo chegou desacordado ao hospital em Cruzeiro do Sul por volta das 2h da madrugada de domingo e faleceu pouco depois.
O adolescente foi sepultado no mesmo dia. A causa da morte foi confirmada como sepse decorrente de um quadro de celulite, o que tornou o organismo dele mais vulnerável a infecções.

Por meio de nota oficial, a Sesacre expressou solidariedade à família, mas afirmou que não houve negligência ou falha no atendimento. A secretaria reforçou que os procedimentos adotados seguiram os protocolos clínicos estabelecidos para esse tipo de caso.
“O caso apresentava um quadro infeccioso severo, de rápida evolução, e todas as medidas cabíveis foram adotadas com agilidade e responsabilidade pelas equipes das duas unidades. O atendimento foi feito de forma contínua, com suporte médico e de uma equipe multiprofissional”, alegou a pasta.
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