Timing é tudo: teles reavaliam apostas digitais feitas na pandemia

MobiXD SP

Mudanças no cenário macroeconômico e transformações no comportamento digital do consumidor têm levado operadoras a revisar iniciativas lançadas ou planejadas no contexto da pandemia. A avaliação é de executivos de Claro, Algar e Vivo e TIM, que destacaram a importância do timing (tempo certo) para ingressar ou recuar de determinadas verticais em evento, hoje, 20 .

“Na época fazia sentido, mas depois vira um custo com menos público, e precisa se rediscutir”, afirmou Márcio Carvalho, CMO da Claro, ao comentar a decisão de abandonar determinadas frentes lançadas no período de isolamento social. Segundo ele, o papel da empresa é identificar pontos estratégicos do portfólio que gerem valor percebido pelo cliente no momento da compra. “Tem timing pra entrar e pra sair.”

A Algar também viveu um processo semelhante. Segundo o executivo Márcio Jesus, a empresa chegou a modelar uma operação no segmento financeiro em parceria com terceiros, que durou um ano. “Começamos antes da pandemia. Aí os juros saltaram. Então saímos.” Apesar da saída, ele afirma que a companhia ainda acredita no potencial de crédito para pequenas e médias empresas, e busca novos parceiros para estruturar um novo produto no segmento.

Na avaliação de Marcio Samis, diretor de novos negócios da Vivo, “o momento de entrar é fundamental”, especialmente em verticais com sensibilidade social. E há casos em que  é preciso pesar o potencial comercial e o impacto à reputação. Ele cita o setor de apostas como exemplo: “É atrativo, mas é delicado e é a imagem da sua empresa que embarca”.

Segundo ele, a operadora hoje acompanha de longe oportunidades neste segmento. Mais de perto, estuda aporte em startups de IA, com maior apetite em soluções B2B, onde os modelos de monetização são mais claros do que no B2C.

Digitalização parcial e realidade social

Embora a pandemia tenha acelerado a digitalização em diversos setores, alguns mercados apresentaram resistência estrutural, segundo Renato Ciuchini, da TIM. Ele aponta, por exemplo, dúvidas sobre o avanço da telemedicina entre a população de menor renda. “Nossos dados indicam que a classe baixa prefere ver presencialmente o médico.”

Ciuchini afirma que IA deve ser um mercado em que haverá oportunidade de parcerias pelas teles, mas ainda não sabe qual o timing adequado. E exemplificou: o curso de ChatGPT oferecido pela plataforma Descomplica, nossa parceira, teve mais de 200 mil inscritos, demonstrando interesse genuíno em ferramentas de IA por parte do público. “Vamos lançar um novo curso para o Gemini”, afirmou, no evento MobiXD, organizado pelo Mobile Time, em São Paulo. Segundo ele, os modelos de negócio variam caso a caso e podem incluir participação acionária, adiantamento de receita ou acordos de divisão de receita (revenue share).

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