Um novo estudo publicado na revista Nature Human Behavior mostrou que a inteligência artificial, especialmente o ChatGPT-4, pode ser tão persuasiva quanto — e em alguns casos mais do que — seres humanos em debates.
Conduzido por pesquisadores do Instituto Federal Suíço de Tecnologia em Lausanne, o experimento envolveu 600 participantes que debateram temas polêmicos como aborto e uso de uniformes escolares, ora com outros humanos, ora com a IA.
O que o estudo descobriu
- Os resultados revelaram que, quando a IA teve acesso a informações pessoais dos interlocutores — como idade, gênero e orientação política —, sua capacidade de convencimento superou a dos humanos em 64% dos casos.
- O estudo indica que esse efeito se deve à habilidade da IA de adaptar argumentos de forma altamente personalizada.
- Segundo o autor principal, Francesco Salvi, isso representa um risco real de manipulação política em larga escala, com bots capazes de influenciar eleitores indecisos por meio de mensagens direcionadas e difíceis de detectar.

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Quais são os riscos reais
Especialistas como Michael Wooldridge, da Universidade de Oxford, alertam que a IA pode ser usada até por grupos extremistas para radicalizar jovens.
Apesar disso, os pesquisadores reconhecem possíveis benefícios, como combater a desinformação ou incentivar hábitos saudáveis.
Ainda assim, o consenso entre especialistas é que reguladores precisam agir rapidamente para evitar que essas ferramentas sejam usadas para manipulação invisível e em massa da opinião pública.

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