O vereador Eber Machado (MDB) iniciou, na manhã desta quarta-feira (21), uma greve de fome junto a moradores da Baixada da Sobral, em Rio Branco, em protesto contra a mudança do Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro POP) para outro bairro.
De acordo com informações preliminares, a transferência da unidade foi realizada durante a madrugada, sem novo debate com a população local.
Vereador Eber Machado anuncia greve de fome
Na última terça-feira (20), durante uma sessão na Câmara Municipal, o presidente Joabe Lira havia anunciado que uma nova reunião seria realizada para discutir a questão.
No entanto, a mudança foi efetivada antes que o diálogo com a comunidade pudesse ocorrer.
O secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, João Marcos Luz, afirmou que a mudança foi determinada por decisão judicial.
Portanto, o Centro POP agora funcionará em uma casa alugada no bairro Castelo Branco, com custo mensal de quase R$ 7 mil.
Ainda de acordo com o secretário, as refeições dos usuários do Centro POP continuarão sendo realizadas no Restaurante Popular da Baixada da Sobral.
Além disso, os móveis da antiga unidade, localizada no centro da cidade, foram retirados e transportados para a nova sede durante a madrugada desta quarta-feira.
Entenda a polêmica
A polêmica envolvendo o Centro POP de Rio Branco tem gerado debates intensos desde o início de 2025, envolvendo questões estruturais, sociais e legais.
O prédio onde funcionava o centro foi declarado condenado pela Defesa Civil. O secretário municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, João Marcos Luz, afirmou que a estrutura está comprometida, com rachaduras que colocam em risco a segurança dos usuários e trabalhadores.
“O prédio está todo rachado e infelizmente aqui próximo tem um problema com boca de fumo que atrapalha muito os nossos colaboradores, que trabalham aqui de forma insegura. Esse local não é mais adequado”, afirmou.
Transferência
Diante das condições do prédio, a prefeitura propôs transferir o Centro POP para o bairro Castelo Branco, na região da Baixada da Sobral.
Ademais, a escolha foi baseada na proximidade com equipamentos públicos, como UPA, restaurante popular e delegacia.
No entanto, a proposta gerou forte resistência dos moradores locais, que temem aumento da criminalidade e degradação da região.
Mais de 400 assinaturas foram coletadas em um abaixo-assinado contra a mudança, e reuniões foram realizadas para discutir a judicialização do caso.
Usuários do Centro POP também se manifestaram contra a mudança. Dependentes químicos atendidos pelo local argumentam que a transferência aumentará a vulnerabilidade e dificultará o acesso às assistências oferecidas.
Por fim, um dos moradores classificou a mudança como “burrice” e apontou a ausência de políticas eficazes para a recuperação da população de rua.
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