O Partido Liberal (PL) decidiu demitir o advogado Fabio Wajngarten, assessor próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro, após a divulgação de mensagens trocadas com o tenente-coronel Mauro Cid, em 2023. A decisão foi tomada pelo presidente do partido, Valdemar Costa Neto.
As conversas, reveladas pelo portal UOL, mostram Cid ironizando a possibilidade de Michelle Bolsonaro ser lançada como candidata da direita nas próximas eleições. Em uma das mensagens, ele diz: “prefiro Lula”. Em outro trecho, afirma que a ex-primeira-dama “tem muita coisa suja”, o que, segundo ele, poderia comprometer sua candidatura.
“Cara, se dona Michelle tentar entrar para a política no cargo alto [presidência] ela vai ser destruída, porque eu acho que ela tem muita coisa suja, né? Mas ela é cheia de personalidade e vão usar tudo contra para acabar com ela”, diz Cid em um áudio enviado a Wajngarten.
A defesa de Wajngarten alegou ao UOL que as respostas dele eram apenas análises sobre notícias publicadas pela imprensa na época. Também afirmaram que, naquele período, Michelle ainda não era considerada uma herdeira política de Bolsonaro.
Nas mensagens, Wajngarten e Cid discutem possíveis nomes para representar a direita nas próximas eleições presidenciais, partindo do pressuposto de que Bolsonaro ficaria inelegível — algo que ainda não havia sido confirmado na época.
Nome além
Wajngarten sugere apostar em um nome de fora da política tradicional, com perfil evangélico, como o pastor Silas Malafaia. “Para derrotar o PT / Lula / Esquerda / precisaremos de um grande nome e de fora”, escreveu ele.
Temas sensíveis
O conteúdo das conversas faz parte de um conjunto de mais de 158 mil mensagens de WhatsApp extraídas em investigações envolvendo o ex-presidente.
Os diálogos entre Cid e Wajngarten também abordam outros temas sensíveis, como o uso de cartões corporativos, o caso das joias recebidas por Bolsonaro, a ausência de comprovante de vacinação do ex-presidente e preocupações com decisões do ministro Alexandre de Moraes.
Além das críticas a Michelle, os dois trocam impressões sobre o início do governo Lula e compartilham diversas notícias relacionadas ao entorno de Bolsonaro. Em determinado momento, Wajngarten afirma não apoiar a candidatura da ex-primeira-dama e diz acreditar que os filhos de Bolsonaro também não estariam a favor.
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