
Em sua terceira carta, o presidente da 30ª Conferência das Partes (COP), embaixador André Correa do Lago, reforçou a importância do compromisso global em aderir ao multilateralismo e, com isso, obter resultados concretos das principais discussões climáticas.
O documento foi divulgado nesta sexta-feira (23), no site oficial da COP30. A carta propõe uma força-tarefa, sem confrontos diretos entre os países, para garantir avanços significativos a partir do 62º período de sessões do Órgão Subsidiário de Aconselhamento Científico e Tecnológico (SBSTA) e do Órgão Subsidiário de Implementação (SBI).
As reuniões da SB62 acontecerão em Bonn (Alemanha), de 16 a 26 de junho de 2025, e antecedem o período preparatório para a COP30.
O embaixador destacou que tem atuado junto à presidência da COP29 para, após as reuniões da SB62, levar resultados estratégicos e práticos à conferência.
“Para garantir que as reuniões do SB62 entreguem resultados concretos que possam ser levados à COP30 para adoção formal. […] É hora de concentrar as negociações em restabelecer e aprimorar nosso processo, reconstruindo uma infraestrutura global de confiança para acelerar e ampliar os resultados”, descreveu.
Novo modelo para a COP
O presidente também provocou os líderes globais a repensarem um novo modelo para a realização da COP. “Reconhecendo apelos crescentes por mudanças nas COPs, a Presidência da COP30 convida todas as Partes a refletirem sobre o futuro do próprio processo”, provoca André.
Entre os pontos de atenção a serem solucionados, o embaixador destaca:
- excesso de itens nas agendas provisórias das COPs e dos SBs;
- sobreposição de temas;
- restrições de tempo e espaço para as negociações;
- obstáculos à participação efetiva de delegações pequenas.
O objetivo, segundo André Correa, é que as COPs se tornem plataformas sistêmicas para acelerar resultados, medir o progresso e envolver um ecossistema mais amplo de atores.
Para o embaixador, um grande desafio é comunicar à população os avanços realizados, além de mostrar o que significam na prática.
“A abstração do nosso trabalho precisa começar a repercutir na experiência concreta. A legitimidade virá da relevância no mundo real e da entrega de resultados”, declarou.
Participação dos povos tradicionais nas discussões
O presidente da COP também destacou a importância da participação de povos tradicionais nas discussões ambientais. Para ele, é importante fortalecer o engajamento das comunidades nos processos e decisões relacionados.
“Povos Indígenas e comunidades locais são aliados essenciais na resposta global à mudança do clima, com base em gerações detentoras de conhecimento e cuidado com a natureza. Ressaltamos a relevância de intensificar esforços para ampliar o engajamento inclusivo de comunidades locais”, diz parte do texto.
A COP30 ocorre em Belém, no Pará, em novembro deste ano.
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