
Ophuls provocou uma grande comoção na França em 1969 com ‘A Tristeza e a Piedade’, que discretamente destruiu um dos mitos mais fortes do país. Marcel Ophuls, cineasta francês
AP Photo/Markus Schreiber
O cineasta Marcel Ophuls, vencedor do Oscar, morreu aos 97 anos, informou sua família nesta segunda-feira (26).
Ophuls “faleceu em paz no dia 24 de maio”, disse seu neto, Andreas-Benjamin Seyfert, à AFP.
Em 1969, Ophuls provocou uma grande comoção na França com “A Tristeza e a Piedade”, que discretamente destruiu um dos mitos mais fortes do país – de que a França e os franceses sempre resistiram à ocupação nazista.
Com o documentário, ele mostrou como a colaboração com os nazistas era generalizada, da elite até as pessoas mais humildes.
Ophuls disse na época que não pretendia julgar a França. “Durante 40 anos, tive que suportar todas as tolices de que era um filme acusatório. Não tentei julgar os franceses”, insistiu.
“Quem pode dizer que sua nação teria se comportado melhor nas mesmas circunstâncias?”.
Ophuls nasceu em 1º de novembro de 1927, filho da atriz alemã Hilde Wall e do diretor judeu alemão Max Ophuls.
Ele fugiu para a França com o pai e os cineastas Billy Wilder e Fritz Lang, antes de escapar através dos Pirineus e chegar aos Estados Unidos em 1941.
Cresceu em Hollywood e foi soldado no Japão em 1946. Ao retornar à França em 1950, começou a carreira como assistente de direção.
“Hotel Terminus – A vida e o tempo de Klaus Barbie” lhe rendeu o Oscar de melhor documentário em 1989.