Idoso com hemorroida é operado da vesícula: hospital põe culpa nele

Em um grave caso de erro médico, José Aparecido Faria, de 72 anos, foi submetido a uma cirurgia errada na Santa Casa de Birigui, São Paulo. Originalmente diagnosticado com hemorroida, Faria despertou da anestesia apenas para descobrir que teve sua vesícula biliar, completamente saudável, removida, sem que a cirurgia planejada para suas hemorroidas fosse realizada.

O incidente, segundo matéria do portal G1 SP, ocorreu em 11 de junho, e apesar das severas implicações do erro, a Santa Casa optou por não comentar o caso. Uma sindicância interna foi iniciada para investigar o ocorrido, resultando em advertências para sete funcionários, incluindo enfermeiros e técnicos de enfermagem, embora todos continuem em seus postos, com exceção de um que foi temporariamente afastado sem salário.

Curiosamente, a responsabilidade pelo erro foi atribuída ao próprio paciente na investigação do hospital. Segundo a defesa de José, a sindicância atribuiu parcialmente a culpa ao idoso, alegando que ele não informou corretamente os funcionários sobre o procedimento que deveria ser realizado.

No entanto, advogados de Faria, Fernando Guido e Tainá Doná, contestam essa versão. Eles relatam que durante a sindicância, foi mencionado que os enfermeiros questionaram José sobre a realização de uma “colecistectomia”, termo técnico para a retirada da vesícula, ao qual ele inadvertidamente concordou, desconhecendo o significado do termo.

Os advogados defendem que não é razoável esperar que um paciente leigo conheça termos médicos específicos.

Após a investigação, sete funcionários entre enfermeiros e técnicos foram advertidos, embora continuem a trabalhar no hospital. Um dos envolvidos foi afastado por 30 dias, período durante o qual não receberá salário. Os médicos responsáveis, não sendo empregados diretos do hospital, terão seus casos encaminhados ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo para avaliação de possíveis punições.

Processo contra hospital

A família de José, profundamente indignada com o erro e a subsequente atribuição de culpa ao idoso, iniciou um processo judicial contra a Santa Casa. Além disso, o incidente trouxe sérias consequências físicas e emocionais para o idoso.

Sem a vesícula, que estava em boas condições antes da cirurgia, José agora enfrenta dificuldades na digestão de alimentos gordurosos e precisa seguir uma dieta rigorosa. Ele descreve a experiência como um dos piores momentos de sua vida e expressou receio em se submeter a qualquer outra intervenção médica no futuro.

Este caso chocante levanta preocupações sérias sobre os protocolos de verificação antes de procedimentos cirúrgicos e destaca a necessidade de maior cuidado e precisão no trato com pacientes, especialmente aqueles que não possuem conhecimento médico detalhado.

Apuração e punições

Quando ocorre um erro médico como o que aconteceu na Santa Casa de Birigui, há várias consequências legais e regulatórias que podem afetar tanto a instituição quanto os profissionais envolvidos. Aqui estão algumas das possíveis ramificações:

Processo civil

A família de José Aparecido Faria iniciou uma ação judicial contra o hospital. Se o tribunal considerar o hospital culpado, poderá ser condenado a pagar indenizações significativas por danos físicos, emocionais e possivelmente punitivos.

Processo criminal

Dependendo das circunstâncias do erro, os profissionais envolvidos (como o cirurgião e o anestesista) podem ser acusados de negligência médica, que é um delito criminal em muitas jurisdições.

Sanções regulatórias

Os médicos envolvidos no caso serão investigados pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Dependendo do resultado, eles podem enfrentar suspensões, multas, ou até a revogação da licença médica.

Vigilância Sanitária e outras entidades reguladoras

O hospital pode passar por inspeções adicionais e avaliações de conformidade para garantir que os procedimentos e protocolos de segurança estão sendo devidamente seguidos.

Repercussões institucionais

Reputação do hospital: A confiança do público na instituição pode ser severamente abalada, resultando em uma possível diminuição no número de pacientes que escolhem o hospital para cuidados médicos.

Políticas internas: O hospital pode ser obrigado a revisar e fortalecer suas políticas de treinamento, consentimento informado e verificações pré-operatórias para evitar futuros incidentes.

Impacto nos funcionários

Advertências e treinamento: Como mencionado, funcionários já foram advertidos, e um foi afastado temporariamente. Esse tipo de medida pode ser seguido de mais treinamentos obrigatórios sobre protocolos e segurança do paciente.

Mudanças no setor de saúde

Melhorias no setor: Casos de alto perfil como esse frequentemente levam a mudanças regulatórias ou práticas recomendadas em nível estadual ou nacional, buscando melhorar a segurança do paciente e reduzir a incidência de erros médicos.

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