Empregados do Supermercado Formosa expõem condições desumanas de trabalho

Funcionários do supermercado Formosa da Augusto, localizado na avenida Augusto Montenegro, no bairro Parque Verde, em Belém, paralisaram parcialmente suas atividades nesta terça-feira (25) para protestar contra as condições precárias de trabalho e a falta de um local adequado para descanso durante o intervalo de almoço.

Atualmente, os empregados são obrigados a descansar no chão, sobre papelões, expostos ao sol e à chuva, situação considerada “inadmissível” por clientes e pelos próprios funcionários.

A revolta ganhou força após relatos nas redes sociais de ex-funcionários e atuais colaboradores, que denunciam práticas desumanas e a falta de respeito por parte da empresa. Uma ex-funcionária relatou ter sido demitida injustamente após postar uma foto no Facebook mostrando colegas dormindo no chão durante o intervalo.

“Tinha quase três anos de empresa, por causa dessa foto me mandaram pra rua”, desabafou. Outros relatos indicam que metade dos participantes da greve teriam sido demitidos, evidenciando uma postura intransigente da empresa.

Funcionários também destacam a falta de infraestrutura básica. O refeitório, quando existe, é inadequado: alaga em dias de chuva, com água suja e malcheirosa, e não há local apropriado para armazenar alimentos, que muitas vezes azedam antes da hora do almoço. Além disso, a água mineral foi substituída por um filtro que fornece água visivelmente suja, inadequada para consumo.

A situação é ainda mais grave para os funcionários da área de pneus e peças, que realizam serviços de oficina mecânica, como troca de óleo e filtros, em contato direto com produtos químicos sem equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados. Apesar dos riscos, a empresa não reconhece adicional de insalubridade ou periculosidade, descumprindo normas trabalhistas.

Relatos de exploração

Nas redes sociais, clientes e ex-funcionários expressaram apoio aos grevistas. “Super apoio. Trabalhei no Formosa da Augusto Montenegro durante seis anos e nove meses. Sem necessidade de tirar duas horas de intervalo se não tem onde descansar. Eu ficava sentada na lanchonete ou deitada no chão do banheiro feminino em cima de um plástico. Só sabe quem já passou por isso o quanto é ruim e desumano”, relatou uma ex-colaboradora.

A falta de união entre os funcionários, motivada pelo medo de represálias e demissões, é apontada como um dos principais obstáculos para a resolução do problema. “Se a classe não se unir, nada será resolvido. É lamentável essa situação, desumana e desrespeitosa”, comentou um usuário nas redes sociais.

Até o momento, o Supermercado Formosa da Augusto não se pronunciou sobre as reivindicações dos funcionários ou as denúncias feitas. Enquanto isso, a mobilização dos trabalhadores ganha apoio crescente da comunidade, que espera que a empresa reveja suas práticas e garanta condições dignas de trabalho e descanso para seus colaboradores.

A situação expõe a necessidade urgente de diálogo entre empregadores e empregados, além da fiscalização por parte dos órgãos competentes, para assegurar que os direitos trabalhistas sejam respeitados. Enquanto isso, os funcionários seguem na luta por um ambiente de trabalho mais humano e justo.

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