
No dia 13 de maio celebra-se o Dia da Abolição da Escravatura no Brasil. Nesta data, há 137 anos, ou seja, em 1888, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea.
Com isso, o Brasil se tornou o último país do continente americano a abolir oficialmente a escravidão. A medida libertou mais de 700 mil pessoas negras que ainda viviam em cativeiro.
A abolição da escravatura foi realmente benéfica para os escravos?

Apesar do impacto histórico, a lei de abolição da escravatura continha apenas dois artigos e nenhum plano para incluir os ex-escravizados na sociedade. Não houve indenização, nem acesso a terras, moradia ou educação. A liberdade veio sem garantias.
A abolição da escravatura foi resultado de anos de pressão. Intelectuais, jornalistas, religiosos e, principalmente, os próprios negros escravizados lutaram por esse direito. Fugiam, organizavam revoltas e formavam quilombos como resistência ativa ao sistema escravista.
Além disso, o movimento abolicionista ganhou força nas cidades. Jornais, associações e grupos políticos passaram a defender o fim da escravidão. O crescimento da economia urbana e a imigração europeia também influenciaram o processo.
Mesmo com a abolição da escravatura, o racismo estrutural permaneceu. Excluídos das políticas públicas, os libertos enfrentaram a pobreza, a falta de oportunidades e a discriminação. Essa exclusão histórica molda o Brasil até hoje.
O que o dia 13 de maio representa?
Por isso, o 13 de maio é uma data que vai além da celebração. Muitos movimentos sociais a utilizam como momento de reflexão e denúncia. Eles apontam que a abolição da escravatura, sem reparação, perpetuou a desigualdade racial.
Enquanto a Lei Áurea garantiu a liberdade legal, a igualdade real segue sendo um desafio. A luta por direitos, justiça e reconhecimento continua mais de um século depois da assinatura da lei.
Para os ativistas do movimento negro, a data é simbólica, mas insuficiente. A verdadeira transformação exige políticas públicas, educação antirracista e reparação histórica.
Assim, lembrar o 13 de maio e a abolição da escravatura é essencial. Mas é preciso fazer isso de forma crítica, reconhecendo tanto as conquistas quanto as feridas abertas que ainda não cicatrizaram.
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