Como a Renault pode atrapalhar a nova aliança entre Honda e Nissan

A Honda e a Nissan estão em vias de formar uma joint venture histórica, avaliada em US$ 54 bilhões . Contudo, a concretização dessa fusão ganhou um novo capítulo com a revelação de que a Honda deseja que a Nissan recompre as ações da Renault.

A montadora francesa atualmente detém 22,73% da Nissan, e a Honda busca uma fusão com a Nissan totalmente independente. A informação foi divulgada pela Bloomberg, que estima o custo da operação em cerca de US$ 3,6 bilhões.  

A Honda demonstra preocupação com a possibilidade de a participação da Renault ser adquirida por um terceiro durante o processo de fusão, o que poderia prejudicar seus planos. Rumores recentes indicaram o interesse da Foxconn, fabricante de iPhones de Taiwan, na compra das ações da Renault, aumentando a apreensão da Honda.

Fachada de concessionária da Renault
Foxconn estaria em conversas com a Renault na França para discutir a aquisição de pelo menos parte das ações da Nissan. (Imagem: Sergio Photone/Shutterstock)

A motivação da Foxconn se alinha com suas ambições no mercado de veículos elétricos, buscando expandir sua atuação nesse setor em rápido crescimento.

Enquanto a Honda busca evitar a entrada de novos players como a Foxconn, a possibilidade da Mitsubishi se juntar à aliança também está em jogo. A Mitsubishi manifestou interesse em participar do novo conglomerado Honda-Nissan, que formaria a terceira maior montadora do mundo.

Entenda o caso:

  • Para entender a complexidade da situação, é importante analisar o histórico da relação acionária entre Renault e Nissan;
  • A Renault, como parte de um programa de recompra de ações, vendeu recentemente parte de suas ações da Nissan;
  • Em setembro de 2024, a Renault vendeu 195.473.600 ações da Nissan por €494 milhões;
  • Essa venda fez parte de um programa de recompra de ações anunciado pela Nissan , que visa reduzir a participação da Renault na empresa.  

Obstáculos e desafios

A recompra das ações da Renault pela Nissan esbarra em alguns desafios. Primeiramente, o alto custo da operação pode ser um obstáculo para a montadora japonesa, que ainda se recupera dos impactos da pandemia e da crise global de semicondutores. Além disso, a Renault pode não concordar com a proposta, o que criaria um impasse nas negociações.

Outro ponto a ser considerado é a reação do mercado à possível exclusão da Renault. A montadora francesa é uma importante player global e sua saída da aliança pode gerar incertezas no setor automotivo. A notícia da possível fusão entre Nissan e Honda, e a consequente exclusão da Renault, já causou impacto no mercado financeiro, com as ações da Renault subindo 6%.  

Logos de Honda e Nissan
A união de forças entre Honda e Nissan pode acelerar a transição para a eletrificação, com o desenvolvimento de novas tecnologias e plataformas de veículos elétricos mais eficientes e acessíveis. (Imagem: Bashigo/Shutterstock)

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A fusão Honda-Nissan tem o potencial de criar um gigante automotivo global, capaz de competir com players como Toyota e Volkswagen. No entanto, os desafios e obstáculos que se apresentam no caminho podem comprometer o sucesso da operação. A Honda e a Nissan devem se reunir até o final de janeiro para decidir sobre a viabilidade da fusão.

Caso a proposta seja aprovada, a Nissan precisará negociar a recompra das ações da Renault e definir os termos da nova aliança com a Mitsubishi. A concretização da fusão dependerá da capacidade das empresas de superarem os desafios financeiros, políticos e mercadológicos que se apresentam.

Com informações do Bloomberg

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