Sobrevivente da boate Kiss vira Barbie em edição especial feita para o Dia da Mulher


Influenciadora e terapeuta ocupacional Kelen Ferreira foi homenageada junto com a atriz Paola Antonini. Elas são as primeiras pessoas com deficiência a virarem Barbie no Brasil. Kelen e Paola são amigas e ganharam edição especial da Barbie
Ester Mendes / Mattel / Divulgação
Uma das sobreviventes do incêndio na boate Kiss foi escolhida para ser homenageada em uma edição especial da Barbie. Kelen Ferreira é uma das 10 mulheres que participam da campanha da fabricante em alusão ao Dia Internacional da Mulher, celebrado no sábado (8).
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A campanha “Mulheres Inspiradoras” é promovida desde 2015. Neste ano, a marca buscou mostrar o valor da amizade feminina, escolhendo quatro duplas de amigas.
Kelen forma dupla com a criadora de conteúdo mineira Paola Antonini, que a interpretou em uma série sobre a tragédia.
As duas são as primeiras pessoas com deficiência no Brasil a serem homenageadas pela Barbie e ganharem suas próprias versões da boneca.
A Barbie Kelen possui uma prótese transtibial, abaixo do joelho, na perna direita, além de cicatrizes de queimaduras no braço tal qual a dona.
Já a Barbie Paola possui uma prótese do tipo transfemoral, acima do joelho, assim como a atriz. Em 2014, Paola sofreu um acidente de carro que resultou na amputação da perna esquerda. Veja fotos das Barbies acima.
Quem é Kelen
Kelen Giovana Ferreira, natural de Alegrete, é formada em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Na madrugada de 27 de janeiro de 2013, ela estava na boate Kiss quando ocorreu o incêndio que deixou 242 mortos e 636 feridos. A jovem estava acompanhada de sete amigos, dos quais três não sobreviveram.
Ela teve 18% do corpo queimado e precisou amputar parte da perna direita. Na época, tinha 19 anos e chegou a ficar 78 dias internada no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, do quais 15 em coma.
Kelen Giovana Leite Ferreira durate o júri da Kiss, em 2020
Matheus Beck/g1
Em dezembro de 2021, durante o julgamento do caso Kiss, ela relatou traumas psicológicos e físicos, em depoimento.
“Vivemos numa sociedade que exige corpo perfeito. Eu comecei um processo de aceitação do ano passado para cá. Eu tinha medo de sair nas ruas e as pessoas me julgarem. Só ano passado passei a usar short. Eu usava calça jeans até no calorão de 40 graus”, contou na época.
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