NASA alerta para “anomalia magnética” no Brasil: O que é e como pode afetar o país?

NASA alerta para "anomalia magnética" no Brasil

No coração do Atlântico Sul, entre o Brasil e a costa sudoeste da África, uma região misteriosa está chamando a atenção de cientistas e entusiastas da tecnologia. Conhecida como Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS), essa área apresenta um fenômeno único: o campo magnético terrestre, que normalmente nos protege da radiação solar, está enfraquecido e em constante transformação. A NASA já emitiu alertas sobre os desafios que essa peculiaridade geográfica impõe à tecnologia moderna, especialmente aos satélites que cruzam os céus do Sul e Sudeste brasileiros.

O que está acontecendo?

O planeta Terra age como um grande ímã, com um campo magnético gerado pelo movimento de metais líquidos em seu núcleo externo. Na AMAS, porém, esse “escudo protetor” está mais fino. Isso faz com que os cinturões de Van Allen — zonas de partículas carregadas presas pelo magnetismo terrestre — se aproximem até 200 quilômetros da superfície, algo incomum em outras regiões do globo. O resultado é que partículas solares altamente energéticas penetram com mais facilidade na atmosfera, criando um ambiente hostil para equipamentos eletrônicos em órbita.

AMAS

Impacto no dia a dia

Embora a radiação adicional não represente riscos diretos à saúde humana, os efeitos na tecnologia são palpáveis. Satélites de comunicação, como os usados para transmissão de TV, internet e sistemas de GPS, podem enfrentar interferências ao passar pela região. Computadores de bordo podem reiniciar sem aviso, sensores sofrem descalibragens e, em casos extremos, componentes eletrônicos são danificados permanentemente. Há registros, por exemplo, de satélites que enfrentaram perdas parciais de dados ao atravessar a AMAS, exigindo ajustes técnicos complexos.

A Estação Espacial Internacional (ISS), que orbita a cerca de 400 quilômetros de altitude, também é afetada. Quando passa sobre o Brasil, seus tripulantes recebem alertas para evitar atividades extraveiculares, já que a exposição à radiação na área chega a ser 50% maior do que em outras rotas.

Por que o Brasil está no centro do fenômeno?

Estudos apontam que mudanças no núcleo terrestre são as responsáveis. Uma massa de rocha densa sob a África, combinada com correntes anômalas de ferro líquido sob a América do Sul, estaria distorcendo o campo magnético. O fenômeno não é estático: desde 1970, a área da AMAS expandiu-se 10% a cada década, e o polo magnético sul (diferente do polo geográfico) desloca-se rapidamente em direção à Austrália. Projeções indicam que, até 2040, a anomalia poderá cobrir todo o território do Rio Grande do Sul aos estados do Nordeste.

Empresas aeroespaciais e operadoras de satélites já adaptam seus projetos. Satélites brasileiros lançados nos últimos cinco anos, como os da constelação Amazônia-1, incorporaram circuitos reforçados e sistemas de resfriamento extras para suportar a radiação.

Esse NASA alerta para “anomalia magnética” no Brasil: O que é e como pode afetar o país? foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.

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