Bairro é Patrimônio Cultural Brasileiro preservando características e tradições que datam da chegada dos açorianos no século XVII
O município de Palhoça, na Grande Florianópolis, celebra nesta quinta-feira (24) os 131 anos de sua emancipação. Porém, a história da formação da 9ª maior cidade de Santa Catarina remonta muito antes disso, com raízes ainda no século XVII. O bairro Enseada do Brito é considerado o “berço histórico de Palhoça”, e carrega agora o título de Patrimônio Cultural Brasileiro.
Antes de oficializar-se como município, Palhoça era apenas um distrito de São José, embora já tivesse uma vida social, econômica e cultural própria. Mas, voltando um pouco mais no tempo, chegamos à Freguesia de Nossa Senhora do Rosário, uma das primeiras no sul do estado.
Freguesia era como se chamavam os pequenos aglomerados urbanos e rurais em torno de uma igreja católica durante o período colonial. Localizado a cerca de 15 quilômetros do que é agora o Centro de Palhoça, o pequeno povoado açoriano foi fundado oficialmente entre 1748 e 1750, mas teve as primeiras famílias estabelecidas no local ainda entre 1651 e 1675, sob liderança do bandeirante paulista Domingos de Brito Peixoto.
Em Santa Catarina, as freguesias se desenvolveram para fortalecer e oficializar a ocupação do território, quando a Coroa Portuguesa ordenou que imigrantes do Arquipélago de Açores se estabelecessem em pontos estratégicos da região. Com o crescimento da presença açoriana no local, aliado ao contato com as culturas indígenas, africanas e europeias, passou a existir em Nossa Senhora do Rosário o que é conhecido hoje como cultura caiçara.

Os caiçaras
Os caiçaras levavam um modo de vida ligado ao mar e à natureza. Os primeiros palhocenses trabalhavam principalmente com a pesca artesanal da tainha, agricultura de subsistência e a criação e coleta de mariscos. Os conhecimentos tradicionais, como o movimento das marés, plantas medicinais e construção de canoas, possibilitaram a construção de uma cultura popular rica, com tradições orais, religiosas e festividades herdadas dos açorianos e influenciadas pela vida litorânea.
O local só teve a crescer com a abertura de estradas para ligar as primeiras ocupações na colônia portuguesa. A invasão espanhola à Ilha de Santa Catarina no final do século XVIII também impulsionou a expansão populacional da freguesia, já que os portugueses precisaram estabelecer-se no continente na busca de abrigo.
A Igreja Nossa Senhora do Rosário, construída em 1830, torna-se o centro vivo do núcleo religioso e administrativo da freguesia religiosa, sob comando da Igreja Católica. A paróquia é uma das construções mais antigas de Palhoça e até hoje preserva sua arquitetura colonial. O local se destaca também pelo traçado urbano preservado, com um grande terreiro entre a igreja e o mar, característica singular na região.

De vila a cidade histórica
Em 1882, o distrito policial de Palhoça é oficialmente elevado à categoria de freguesia administrativa, e recebe o nome de Senhor Bom Jesus de Nazaré da Palhoça, em homenagem ao padroeiro da nova paróquia, subordinada ao município de São José de Terra Firme.
Pouco tempo depois, o local é desmembrado de São José e torna-se oficialmente uma vila autônoma, em 24 de abril de 1894. O município leva agora o nome de um importante armazém construído quase exatamente um século antes, que serviu de base para os exércitos e tropeiros que trafegavam entre o litoral e o planalto catarinense na época.
A Enseada do Brito foi reconhecida oficialmente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Cultural Brasileiro. O tombamento, no último dia 26 de março, reconhece a Freguesia Luso-Brasileira de Nossa Senhora do Rosário como um espaço de memória viva do povoamento, traçado urbano, edificações históricas e manifestações culturais dos primeiros caiçaras palhocenses.

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