A Nokia informou que sua rentabilidade será impactada a partir do segundo trimestre de 2025 pela nova política de tarifas alfandegárias adotada pelos Estados Unidos. A companhia estima que o efeito negativo no lucro operacional comparável será de €20 milhões a €30 milhões, sob as regras comerciais atualmente em vigor.
O alerta da Nokia com as tarifas tem razão de ser. A fabricante possui ampla presença produtiva e comercial na América do Norte, e parte significativa de sua receita vem da região — no primeiro trimestre, as vendas nas Américas representaram 30% da receita total em Network Infrastructure e 26% em Mobile Networks.
Infinera impulsiona unidade óptica no 1T25
Mesmo diante desse alerta, a empresa apresentou crescimento na receita da sua unidade de redes ópticas, impulsionado pela incorporação da Infinera, cuja aquisição foi concluída em fevereiro. A unidade Optical Networks, agora parte do segmento Network Infrastructure, cresceu 52% na comparação anual, e 15% em moeda constante ajustada.
Somente em março, a Infinera adicionou €143 milhões em receitas. A Nokia já iniciou a integração da empresa e espera sinergias operacionais de €200 milhões até 2027. Segundo a companhia, o crescimento foi impulsionado por contratos com operadoras hyperscale — grandes fornecedores de data centers e nuvens públicas.
Mobile Networks tem estabilidade em receita, mas lucro afetado
A unidade Mobile Networks registrou crescimento modesto de 2% em vendas na comparação com o mesmo período de 2024, refletindo sinais de estabilização no mercado global, especialmente na América do Norte. Entretanto, o lucro operacional do segmento foi impactado por um acordo contratual não recorrente, que gerou um efeito negativo líquido de €120 milhões no trimestre. A empresa anunciou também a renovação de contrato com a T-Mobile US e segue expandindo sua linha AirScale com produtos voltados à eficiência energética e redes 5G massivas.
Infraestrutura lidera crescimento; lucro operacional recua
A unidade Network Infrastructure como um todo cresceu 11%, com avanço também nas áreas de redes fixas (9%) e IP (7%). Por outro lado, o lucro operacional consolidado da Nokia recuou de 8,2% para 3,6% em margem, afetado por um acordo contratual pontual na divisão Mobile Networks e aumento de despesas administrativas e com P&D.
Ainda assim, a empresa manteve sua previsão de lucro operacional ajustado entre €1,9 bilhão e €2,4 bilhões para 2025, com conversão esperada entre 50% e 80% em fluxo de caixa livrenokia-form-20-f-2024_0.
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