A demanda pelas chamadas terras raras nunca foi tão grande. Estes materiais são considerados fundamentais para a produção de diversos equipamentos e estão no meio, até mesmo, de disputas geopolíticas atuais.
O problema é que, além da pouca disponibilidade destes recursos, é extremamente caro do ponto de vista econômico e tecnológico promover a mineração destes metais. Por isso, as principais potências globais buscam alternativas.
Importância geopolítica dos minerais
- Fundamentais para a economia moderna, as terras raras são elementos químicos presentes na crosta terrestre, mas que são difíceis de se encontrar em grandes quantidades.
- Também chamados de metais raros, eles são amplamente usados para criação de ímãs superpotentes, baterias de carros elétricos, turbinas e até telescópios espaciais.
- Hoje, a extração destes recursos está concentrada em apenas alguns países, sendo a China a principal produtora.
- Já os Estados Unidos têm um acesso muito menor a eles.
- É por isso, por exemplo, que o presidente Donald Trump pressionou a Ucrânia para fechar um acordo envolvendo as terras raras do leste europeu.
- Ao mesmo tempo, Groenlândia conta com um importante suprimento destes recursos.
- E não é coincidência que a Casa Branca esteja de olho na região, com Trump inclusive ameaçando tomar o território militarmente.
- Mas talvez exista uma outra opção para os norte-americanos aumentarem sua participação neste mercado, reduzindo o domínio chinês.

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Mineração de resíduos pode ser saída para os EUA
Em 2024, os EUA importaram 80% das terras raras usadas no país, 100% de gálio e grafite natural e 48% a 76% de lítio, níquel e cobalto. Além disso, atualmente os norte-americanos só contam com dois locais de mineração: na Geórgia e na Califórnia. Para piorar, os metais são enviados para refino no exterior, o que aumenta a dependência estrangeira. Por conta disso, atender à demanda interna dos EUA é muito mais complexo do que apenas encontrar novas minas. Isso exigiria o desenvolvimento e a ampliação de novas tecnologias, bem como a construção de operações de processamento.
Outro problema é que a mineração tradicional pode levar uma ou duas décadas desde a exploração até a produção dos metais. O gerenciamento de impactos ambientais, como poluição do ar e da água e alto consumo de água e uso de energia são empecilhos para empresas do setor. Mas uma nova opção pode ser a saída do país para acessar estes valiosos recursos.

De acordo com artigo de Yuanzhi Tang e Scott McWhorter, ambos professor do Instituto de Tecnologia da Geórgia, publicado no portal The Conversation, é possível aproveitar os buracos já cavados no país. Estudos recentes sugerem que existe um potencial significativo para a extração de elementos de terras raras nos rejeitos. Isso significa que não há necessidade de perfurar e que a infraestrutura já existe, reduzindo o tempo de extração.
Tudo isso é possível graças a inovações tecnológicas, como biolixiviação, extração e separação baseadas em ligantes e separação eletroquímica. Essa abordagem faz parte de uma estratégia mais ampla conhecida como “mineração de resíduos”, que pode mudar o atual cenário geopolítico atual.
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