Musk chama premiê do Canadá de “menina” e apoia Trump em anexação do país

Musk e Trump têm sido aliados desde as eleiçõesJIM WATSON

O bilionário Elon Musk se envolveu em mais uma polêmica, novamente, ao lado do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Desta vez, criticando o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, sobre a anexação do território canadense. Em uma postagem na plataforma X, Musk afirmou que Trudeau perdeu a legitimidade para responder às declarações de Trump, pois o premiê anunciou sua saída do cargo, embora continue no governo enquanto seu partido decide quem será o novo líder, o que pode levar meses.

“Garota, você nem é mais governador do Canadá, então o que você diz não importa”, escreveu o bilionário a Trudeau. O título de governador é uma referência a uma piada cunhada por Trump, já que o Canadá seria o 51º estado dos EUA.

Musk estava respondendo a uma declaração de Trudeau, que havia afirmado que o Canadá jamais se tornaria parte do território dos Estados Unidos. Trudeau tem se esforçado, assim como outros chefes de Estado, para desacelerar as ameaças expansionistas do presidente eleito nos EUA, que recentemente também ameaçou a soberania de outros territórios, como a Groenlândia, pertencente à Dinamarca, e o Canal do Panamá.

“Não há a menor chance de o Canadá se tornar parte dos Estados Unidos”, disse Trudeau em publicação na rede social X na quarta-feira (8). “Os trabalhadores e as comunidades de ambos os países se beneficiam do fato de serem o maior parceiro comercial e de segurança um do outro.”

Musk e Trump

Elon Musk tem se consolidado como um dos principais assessores políticos de Trump, após apoiar financeiramente sua campanha de retorno à Casa Branca. O bilionário até ganhou um cargo na administração federal após a vitória de Trump, embora os detalhes sobre esse cargo sejam nebulosos.

Nos últimos tempos, Musk tem se voltado para a política internacional, especialmente contra governos de centro e centro-esquerda na Europa. Um dos principais alvos de Musk tem sido o premiê britânico, Keir Starmer, primeiro líder de esquerda a assumir o poder no Reino Unido em 14 anos. Musk acusa o país de viver sob um “estado policial” devido às suas leis sobre redes sociais e tem pedido a renúncia de Starmer em diversas ocasiões.

Segundo o jornal Financial Times, Musk tem discutido com aliados estratégias para desestabilizar o governo trabalhista britânico e apoiar movimentos políticos alternativos. O bilionário está interessado em promover uma mudança de governo no Reino Unido antes das próximas eleições, embora não tenha respondido a um pedido de comentário sobre o assunto feito pela Reuters.

Musk também tem usado sua plataforma X para apoiar figuras da ultradireita mundialmente. Nesta quinta-feira (9), ele recebeu Alice Weidel, líder do partido de extrema direita alemão AfD (Alternativa para a Alemanha), para uma entrevista nos moldes daquela que realizou com Trump durante a campanha presidencial americana.

A AfD tem ganhado cada vez mais apoio eleitoral, apesar de seus membros já terem sido presos por apologia ao nazismo e crimes de ódio, além de ser constantemente monitorada pela Polícia Federal.

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