María Corina é ‘sequestrada’ após uma manifestação contra a posse de Maduro na Venezuela

Nesta quinta-feira (9), a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, foi libertada após ser detida enquanto saía de uma manifestação contra a posse do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro na região de Caracas.

María Corina Machado fez sua primeira aparição pública em cinco meses, discursando para manifestantes na região de Chacao, nos arredores de Caracas. O evento foi marcado por tensão e relatos de violência envolvendo agentes do regime chavista.

Segundo informações divulgadas pelo partido da opositora nas redes sociais, motos que transportavam María Corina foram atacadas por membros do regime de Nicolás Maduro. Durante o incidente, houve disparos de armas de fogo, e a líder da oposição teria sido interceptada e derrubada da motocicleta em que estava. Em seguida, foi levada à força por agentes chavistas.

Horas depois, a oposição afirmou que María Corina ficou sob custódia dos agentes por um breve período e foi coagida a gravar vídeos, cujo conteúdo não foi divulgado. Após o episódio, ela foi liberada.

“Hoje, #9Jan, ao sair da concentração em Chacao, Caracas, María Corina Machado foi interceptada e derrubada da moto em que estava se deslocando. Durante o incidente, armas de fogo foram disparadas. Ela foi levada à força. Durante o período de seu sequestro, foi obrigada a gravar vários vídeos e, em seguida, foi liberada”, publicou a oposição na rede social X (antigo Twitter).

Procurador-geral da Venezuela nega acusações

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, negou as alegações da oposição, classificando o caso como um “teatro” e acusando María Corina de tentar se vitimizar. Saab também afirmou que o episódio seria parte de uma “desastrosa operação psicológica” com o objetivo de gerar violência e caos no país.

De acordo com o procurador, María Corina está sendo investigada por crimes como traição à pátria, conspiração com países estrangeiros e associação criminosa, relacionados às eleições presidenciais de 28 de julho. Ele ainda mencionou outros episódios em que a opositora teria se colocado como vítima, incluindo um suposto atentado ocorrido dias antes das eleições presidenciais de 2024.

Em uma nota oficial, Saab fez duras críticas à opositora, acusando-a de manipular os fatos para obter atenção pública. Ele chegou a afirmar que “as intenções macabras” de María Corina fracassaram e insinuou que a líder da oposição sofreria de Transtorno de Personalidade Limítrofe (TPL), descrevendo seu comportamento como um “narcisismo exacerbado”.

Posse de Nicolás Maduro

O incidente ocorre em um momento de alta tensão política na Venezuela, a apenas um dia da posse presidencial de Nicolás Maduro, e reforça o clima de conflito entre o governo e a oposição no país.

Nesta sexta-feira (10), Nicolás Maduro assumirá oficialmente seu terceiro mandato como presidente da Venezuela. Sua reeleição foi referendada pelo Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, que declarou vitória sobre o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia. Contudo, o tribunal não publicou as atas de votação, o que gerou questionamentos sobre a transparência do processo.

The post María Corina é ‘sequestrada’ após uma manifestação contra a posse de Maduro na Venezuela appeared first on Portal Norte.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.