Crítica de How to Have Sex: Vale a pena assistir o filme?

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How to Have Sex é o intrigante longa-metragem de estreia da cineasta britânica Molly Manning Walker, que oferece uma visão crua e muitas vezes desconfortável sobre a sexualidade e a busca por identidade em um cenário de férias e liberdade. Ambientado na cidade de Malia, em Creta, o filme segue três adolescentes durante suas férias, à medida que tentam encontrar seu lugar no mundo, entre festas intermináveis e preocupações com o futuro.

A história gira em torno de Tara (Mia McKenna-Bruce), a mais tímida do trio, que ainda não teve nenhuma experiência sexual. Ao lado de suas amigas Skye (Lara Peake) e Em (Enva Lewis), Tara embarca em uma busca pelo sexo, que se torna uma maneira de definir seu crescimento pessoal e social. No entanto, o filme se distorce das convenções de filmes de amadurecimento, explorando a sexualidade de forma mais complexa e ambígua, especialmente através do olhar de Tara.

Uma Narrativa Sem Clichês

O filme foge dos clichês típicos do gênero “coming-of-age”. A busca de Tara por sexo não é tratada como uma simples exploração ou validação, mas como uma experiência emocionalmente densa. Através de performances sutis e eficazes, especialmente a de McKenna-Bruce, o filme constrói uma narrativa de autoconhecimento e, talvez, arrependimento, à medida que Tara enfrenta as consequências de suas ações e desejos.

A interação entre Tara e o excêntrico Badger (Shaun Thomas) é uma das dinâmicas mais intrigantes do filme. Embora o relacionamento deles tenha momentos de humor e leveza, também há uma tensão subjacente de solidão e desespero. Badger, ao contrário de Tara, está mais preocupado com a conquista do sexo, mas seu comportamento imaturo e desajeitado faz com que o filme não se apoie na ideia de uma simples história de romance ou atração sexual.

O Peso do Consentimento e das Consequências

Um dos pontos fortes de How to Have Sex é como ele lida com o tema do consentimento de maneira ambígua e reflexiva. Quando Tara se envolve com Paddy (Samuel Bottomley), a natureza do evento sexual que se segue fica em aberto, gerando uma discussão interessante sobre o que realmente acontece após o sexo. O filme não oferece respostas fáceis, questionando se Tara deve esquecer o ocorrido ou se deveria revisitar o momento para entender seus próprios sentimentos.

Essa exploração do consentimento e do que vem depois do sexo é rara em filmes do gênero, e How to Have Sex a aborda de maneira corajosa, sem cair em simplificações ou idealizações. A dúvida e a incerteza que Tara sente sobre sua experiência são tratadas com respeito e sensibilidade, o que torna a narrativa mais honesta e realista.

O Tom do Filme How to Have Sex

A cineasta Molly Manning Walker equilibra perfeitamente momentos de humor e tensão emocional, criando um filme que é ao mesmo tempo engraçado e desafiador.

As cenas festivas em Malia, com suas festas incessantes e a vibração vibrante de neon, contrastam com os momentos mais introspectivos de Tara, criando uma atmosfera de festa e vazio. O cenário, que à primeira vista parece ser o paraíso das férias, logo se revela um lugar de busca interior e confronto com os próprios sentimentos.

Vale a Pena Assistir How to Have Sex?

  • Nota: ⭐⭐⭐⭐☆ (4/5 estrelas)

How to Have Sex é um filme sincero e complexo que oferece uma visão fresca e desafiadora sobre a sexualidade adolescente e a busca por identidade.

Embora o filme não seja fácil ou confortável, especialmente no que diz respeito ao tratamento do consentimento e das consequências do sexo, ele oferece uma experiência cinematográfica única e envolvente.

Se você busca um filme que fuja das convenções e explore temas difíceis com sensibilidade, definitivamente vale a pena assistir.

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Crítica de How to Have Sex: Vale a pena assistir o filme?

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